Bolsa de Chicago (CBOT)
Os contratos de milho negociados na bolsa de Chicago encerraram a sessão desta sexta-feira com perdas generalizadas em meio a movimentos de
liquidação e realização de lucro depois dos ganhos acumulados. A posição mais ativa, vencimento julho/15, registrou recuo diário de 2,50 centavos de
dólar, cotado ao final do dia a US$3,65½/bushel ao passo que o contrato com vencimento em setembro/15 encerrou o dia com baixa de 2,0 centavos de
dólar, cotado ao final do pregão a US$3,72½/bushel. O mercado do cereal chegou a acumular ganhos durante a semana em função das estimativas
recentes do USDA, que apontou uma provável queda na produção para a nova safra global e nos EUA. Porém, como nos dias anteriores, os
movimentos tiveram caráter apenas técnicos, visto que a estimativa do USDA também apontou estoques elevados. O recuo no fluxo das vendas
externas norte-americanas e as condições climáticas favoráveis ao andamento do plantio nos EUA também abriu espaço para realização de lucro.
Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F)
Os contratos futuros de milho negociados na BM&Fbovespa encerraram mais um pregão com variações mistas nesta sexta-feira. O vencimento
maio/2015, referência para o mercado disponível, terminou o dia com modesta alta de 0,04% cotado a R$25,35/saca ao passo que o vencimento
setembro/15, que baliza os contratos com lotes da segunda safra, registrou baixa de 1,22%, cotado ao final do dia a R$25,05/saca. As condições climáticas
ainda estão favoráveis às lavouras da maior parte das regiões produtoras de milho safrinha, mantendo a expectativa boa produtividade e abrindo
espaço para quedas mais expressivas nos preços domésticos, sobretudo pelos elevados estoques nacionais. Além disso, o mercado do cereal também
segue impactado negativamente pelas oscilações baixistas do dólar frente a moeda nacional.
Dólar (US$)
O dólar anulou a queda vista na maior parte da sessão e fechou em leve alta nesta sexta-feira, mas ainda abaixo dos R$3 pela segunda sessão
consecutiva, após mais uma rodada de indicadores econômicos fracos dos EUA dar força à percepção de que o Federal Reserve deve demorar para
elevar os juros na maior economia do mundo. A moeda norte-americana teve alta de 0,18%, a R$2,9981 na venda, após oscilar entre R$3,0155 na máxima
e R$2,9705 na mínima da sessão. Na semana, o dólar subiu 0,49%. A moeda norte-americana passou a maior parte da sessão em queda, influenciada
pelos dados econômicos dos EUA. No fim da sessão, no entanto, investidores aproveitaram a baixa e voltaram às compras. A produção industrial norteamericana
caiu em abril pelo quinto mês consecutivo, enquanto a confiança do consumidor inesperadamente recuou no período. Os dados somam-se a
uma série de números decepcionantes sobre atividade e inflação nos EUA divulgados nas últimas sessões. Fraqueza persistente na economia norteamericana
poderia levar o Federal Reserve a adiar o início do aperto monetário, mantendo a atratividade de ativos de países como o Brasil. No entanto,
operadores olhavam com ceticismo a possibilidade de o dólar assentar-se abaixo de 3 reais. A percepção é de que cotações abaixo desse patamar
poderiam abrir espaço para o Banco Central reduzir sua posição em swaps cambiais.
Mercado Interno
No Brasil, o clima favorável ao bom desenvolvimento das lavouras de segunda safra de milho, sobretudo pela manutenção dos bons índices de
precipitações em maio, foi mais que decisiva para fragilizar as indicações de compra no mercado físico. Embora as novas projeções da CONAB
(Companhia Nacional de Abastecimento) surpreenderam o mercado, devido ao reajuste negativo na produtividade nacional frente aos dados de abril,
ainda paira a expectativa de uma safra cheia num cenário de estoques abundantes no país. O mercado físico do cereal no Brasil também sofreu impactos
negativos exercido pelas quedas na paridade de exportação por ocasião da depreciação do dólar frente ao real e fragilidade das cotações internacionais
do milho decorrente da bom andamento do plantio da nova safra nos EUA. De certa forma, a presença mais ativa dos produtores no mercado físico em
função da necessidade de comercializar a fim de gerar caixa para pagamento de dívidas também abriu espaço para recuos em algumas praças,
sobretudo pela término da colheita da safra verão em todo o país. Do lado da demanda, os compradores se mostraram resistentes em fixar volumes
mais significativos diante da perspectiva de maiores ofertas com a aproximação da colheita de milho inverno. Já em outras regiões do país, os negócios
foram mais ativas para as vendas antecipadas visando lotes da safrinha. Nas principais zonas portuárias houve uma firme demanda para lotes com
entrega e pagamento a partir de setembro com valores em torno de R$28,00/saca. Efetivações também foram observadas nos estados do Centro-Oeste,
onde os produtores buscam aproveitar os preços bem acima dos valores mínimos para concretizar negócios. No spot, as vendas evoluíram de forma
comedida diante do embate entre compradores e vendedores.
Comentários
O avanço da colheita e boas condições climáticas seguem colaborando para o desenvolvimento das lavouras de milho que foram semeadas mais
tardiamente na Argentina e, mantêm as expectativas de novos ajustes nos números de produção de milho. De acordo com a Bolsa de Buenos Aires, os
trabalhos de colheita cobriram 32,9% da área semeada com milho comercial, com uma avanço semanal de apenas 3,4 ponto percentual, mas com um
leve adiantamento de 2,8 ponto percentual frente ao ano passado. Segundo a entidade, o rendimento médio da área colhida até o dia 14 de abril ficou em
147,3 sacas por hectare, resultado que se apresenta 21,6% acima do registrado em período análogo de 2014, quando foi de 120,1 sacas por hectare. A Bolsa
de Comércio de Rosário já havia elevado suas projeções para a produção de milho na Argentina para a temporada, passando para uma máxima de 25,7
milhões de toneladas, ainda abaixo da safra 2013/14, quando foram produzidos 27,7 milhões de toneladas. O ajuste feito pela entidade também foi
justificado pela manutenção dos bons rendimentos a medida que avança os trabalhos de colheita, as quais continuam apresentando produtividades
muito superiores as expectativas iniciais. A condição das lavouras de milho na Argentina continuam apresentando bom desenvolvimento, mesmo para
aquelas áreas que foram semeadas mais tardiamente. Para o contexto mundial, apesar da menor produção na Argentina, a concorrência com o produto
brasileiro e norte-americano tende a se acirrar. Recentemente, o governo argentino incrementou nas exportações de milho do país, mais 3,5 milhões de
toneladas, o que deverá gerar o fluxo de saída para acima de 15 milhões de toneladas. Diante desse cenário, a fragilidade dos preços do milho em
Chicago continuarão a ser mais intensas, sobretudo num cenário de estoques abundantes. O USDA projetou em maio uma produção de milho em 24,5
milhões de toneladas, uma elevação de 500 mil toneladas frente a abril passado e deverá fazer ajustes em seu próximo relatório que será divulgado na
próxima semana.
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