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Supercana: futuro da energia elétrica e do combustível

A “supercana”, ou cana energia, deve provocar uma verdadeira transformação no setor sucroenergético daqui alguns anos. Embora a sua concepção ainda esteja no campo da pesquisa, por meio e melhoramento genético, sua chegada ao mercado pode refletir no maior aproeitamento da cana-de-açúcar por hectare e no fortalecimento do setor, sobretudo nas regiões produtoras de etanol, como Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste. Atualmente, a Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento o Setor Sucroenergético (Ridesa) direciona suas experiências para obtenção de variedades da “supercana”. A ideia é concluir esse estudo em até cinco anos e, nesse mesmo prazo, passar a cultivar a nova espécie com foco a produção de bioeletricidade e de etanol de segunda geração - que além do caldo, extrai o biocombustível do bagaço e da palha. Integrante da Ridesa, o professor e diretor da estação experimental de cana-de-açúcar da Universidade Federal Rural de Pernambuco UFRPE) em Carpina, Djalma Euzébio, diz que os dois bancos de germoplasma (material genético) do grupo nacional - com três mil variedades de cana do mundo, usadas para obter novas espécies da planta -, localizados em Pernambuco e Alagoas, servem de base para a pesquisa, que está bem avançada e já dura sete anos. Quando for concluída, a descoberta deve chegar à fórmula da planta com menos sacarose (açúcar) e com elevado teor de fibra, características que não são encontradas na cana-de-açúcar tradicional. Como resultado, os pesquisadores terão uma cana três vezes maior que a plantada atualmente. Em termos de produtividade e de aproveitamento genético, a cana energia terá um efeito positivo para o empresário, pois enquanto uma cana com mais sacarose produz em média 80 toneladas por hectare (em âmbito nacional), a asupercan produzirá 300 toneladas na mesma área, além de possuir mais resistência ao Clima adverso. Exemplificando, Euzébio detalha que “para cada tonelada da cana tradicional, 85 litros de etanol de primeira geração seriam produzidos, a partir do caldo fermentado. Se a Biomassa (palha e bagaço) dessa cana fosse aproveitada, mais 45 litros seriam incorporados à produção. Considerando uma produtividade de 60 toneladas por hectare, a produção de etanol (para esse exemplo) seria de 7,8 mil litros por hectare. Em uma fábrica preparada para processar Biomassa, considerando uma produtividade de 250 toneladas por hectare da cana energia, o resultado seria de 50 litros de etanol por tonelada, resultando numa produção final de 12,5 mil litros de etanol de segunda geração, além da produção de bioeletricidade”, comparou. Para esse exemplo foram considerados os processo de produção atuais. Entre tanto, na análise do especialista, pesquisas mostram que é possível extrair mais d 200 litros de etanol por tonelada de bagaço, o que trará mais importância para a cana energia.

PRÁTICA
Com o objetivo de fortalecer os estudos, a UFRPE faz pesquisas em parceria com o setor sucroenergético nas usinas associadas ao Sindicato da Indústria, do Açúcar e do Álcool de Pernambuco (Sindaçúcar-PE). Além da Ridesa outros grupos, restritos a alguns estados, como São Paulo, trabalham para de desenvolver variedades da cana, com foco também e projetos de cana energia.

Folha resume
Uma nova espécie de cana-de-açúcar, batizada de “supercana”, pode ser o futuro da geração limpa de energia e combustível. Produzida a partir do bagaço e da palha da cultura agrícola, a planta, melhorada geneticamente, está sendo estudada pela Ridesa. No Nordeste, a Granbio de Alagoas já iniciou o cultivo.

DESEMPENHO - Embora tenha como foco a energia, a “supercana” pode até ser usada para fabricar açúcar, mas o rendimento será menor que as variedades usadas atualmente.


Fonte: Cliptvnews