Bolsa de Chicago (CBOT)
Os contratos de milho negociados na bolsa de Chicago encerraram a sessão desta quinta-feira com ganhos mais consistentes. A posição mais ativa,
vencimento maio/15, registrou ganho diário de 5 centavos de dólar, cotado ao final do dia a US$3,61/bushel ao passo que o contrato com vencimento em
julho/15 encerrou o dia com alta de 5,75 centavos de dólar, cotado ao final do pregão a US$3,68/bushel. Apesar da manutenção de um aspecto técnico, o
mercado do cereal encontrou suporte para alta diante da expectativa de recuo ainda maior da área a ser cultivada com milho nos EUA em função das
margens apertadas e pouco remuneradoras do grão frente a soja. Além da cobertura de posições vendidas, o mercado também foi influenciado de
forma positiva pela forte valorização do trigo e desvalorização do dólar frente a outras moedas, condições que tornam o produto norte-americano mais
competitivo no cenário internacional.
Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F)
Os contratos futuros de milho negociados na BM&Fbovespa encerraram a sessão desta quinta-feira com variações mistas em meio a movimentos de
ajustes de posições e de olho na paridade de exportação. O vencimento maio/2015, referência para o mercado disponível, terminou o dia com modesta
baixa de 0,28% cotado a R$25,34/saca ao passo que o vencimento setembro/15, que baliza os contratos com lotes da segunda safra, registrou alta de
1,72%, cotado ao final do dia a R$25,36/saca. De certa forma, os vencimentos mais próximos foram pressionados negativamente pela maior oferta de
produto para comercialização no spot diante da proximidade da colheita da segunda safra. Já os vencimentos mais distantes reagiram diante da firmeza
dos preços externos e expectativas de um dólar mais forte no segundo semestre.
Dólar (US$)
O dólar fechou abaixo de R$3 nesta quinta-feira, reagindo à inesperada queda dos preços ao produtor nos EUA, que corroborou outros indicadores
norte-americanos mais fracos que o esperado, reduzindo o temor de uma elevação em breve dos juros na maior economia do mundo. A moeda norteamericana
recuou 1,51%, a R$2,9927 na venda. Na véspera, números fracos sobre o varejo norte-americano já haviam alimentado expectativas de que o
Federal Reserve irá postergar o aumento de juros. Nesta sessão, essas apostas ganharam mais força após os preços ao produtor dos EUA caírem 0,4% em
abril, contra estimativas de alta de 0,2%. Nesse contexto, o dólar recuava em escala global, apesar da volatilidade observada nos mercados mundiais de
títulos soberanos. Os rendimentos dos juros dos papéis dos EUA e da Alemanha vêm subindo com força recentemente, o que tende a diminuir a
atratividade de ativos de países como o Brasil. Investidores têm afirmado que o dólar deve mostrar dificuldade para se sustentar abaixo de R$3. Pouco
após a divisa romper esse patamar pela última vez, o Banco Central sinalizou que deve rolar apenas parcialmente os swaps cambiais que vencem em
junho, levando alguns agentes econômicos a apostar que a autoridade monetária aproveitará o alívio no câmbio para diminuir sua posição em swaps.
Investidores atentavam também para a conclusão da votação na Câmara dos Deputados da Medida Provisória 664, após a Casa contrariar o governo e
aprovar na véspera a flexibilização do Fator Previdenciário, mecanismo que limita o valor da aposentadoria de pessoas mais novas.
Mercado Interno
No Brasil, o mercado físico de milho operou em ambiente mais frágil de preço em função da maior oferta de produto para comercialização. Em algumas
praças do país, a ponta vendedora optou por liquidar alguns excedentes nos silos diante da aproximação da colheita da segunda safra de milho no
começo do próximo mês. Os rendimentos das lavouras, até aqui, seguem surpreendentes e devem registrar grandes excedentes. De certa forma, tal
condição tem feito alguns produtores se mostrarem mais ativos nas vendas antecipadas. Nos estados de Goiás e Mato Grosso do Sul, as vendas com
entrega e pagamento programado a partir de setembro se mostraram mais ativas, com negócios que variaram entre R$18,50/saca e R$19,50/saca, valores
que estão acima do valor mínimo estipulado pelo governo em R$17,50/saca. No Mato Grosso e Paraná, as vendas antecipadas estão mais lentas. Nas
principais zonas portuárias do país foram realizados acordos isolados entre R$27,50/saca e R$28,00/saca. Já em relação ao mercado disponível, mesmo
havendo maiores oferta para comercialização, a demanda ainda se mostrou insuficiente para absorver os volumes. Compradores do mercado
doméstico ainda buscam realizar novos acordos a preços mais baixos, mesmo havendo certa resistência. Negócios no interior gaúcho e no mercado de
São Paulo e Minas. Lentidão nas demais regiões.
Comentários
De acordo com o relatório semanal do USDA, as vendas externas de milho dos EUA, com entrega programada na safra 2014/15, somaram 370 mil
toneladas na semana encerrada em 07 de maio. O volume das vendas ficou abaixo das expectativas do mercado, as quais variavam entre 400 mil a 600
mil toneladas. O número representa uma queda acentuada de 56% em relação à semana anterior, na qual, foram comercializadas 842 mil toneladas do
cereal. O destaque foi para a comercialização de 189 mil toneladas de milho dos EUA que serão entregas ao Japão. Entre outras compras identificadas,
destaque para a Arábia Saudita com a compra de 145 mil toneladas, seguida pelo México, com 121,9 mil toneladas. O resultado das vendas semanais
elevaram o acumulado da temporada 2014/15 para 41,5 milhões de toneladas de milho. Em igual período da safra 2013/14, o volume comercializado 44,5
milhões de toneladas. Para o ciclo 2014/15, a USDA elevou sua estimativa de exportação de milho para os EUA de 45,7 milhões para 46,4 milhões de
toneladas, contra 48,7 milhões em 2013/14. Necessariamente, a expectativa de redução para as exportações de milho dos EUA se deve aos elevados
estoques globais, resultado de safras cheias no hemisfério norte e menor competitividade do produto norte-americano devido à elevação do dólar frente
às demais divisas globais. Segundo o USDA, as inspeções de embarques de milho exportado pelos norte-americanos na semana referida, totalizaram 1,1
milhão de toneladas, elevando o total despachado dos portos do país para pouco cerca de 29,1 milhões de toneladas, 4% inferior a igual período do ano
passado quando os EUA operava com estoques muito ajustados. Apesar da opção de milho mais barato na Ucrânia e Argentina, as preocupações com a
capacidade desse países em garantir o fornecimento do produto ainda impacta da decisão do compradores globais. No Brasil, a elevação dos fretes
agrícolas já começa a prejudicar a paridade ao mesmo tempo em que a soja vira a principal pauta das exportações do país.
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