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BOLETIM DIARIO SOJA | Assovale - Associação Rural Vale do Rio Pardo

BOLETIM DIARIO SOJA

Bolsa de Chicago (CBOT)
Os contratos futuros da soja negociados em Chicago encerraram a sessão desta terça-feira com quedas generalizadas depois da divulgação dos números de
oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos EUA. O contrato maio/15 finalizou o dia com perda diária de 16,0 centavos de dólar, a
US$9,67/bushel ao passo que o vencimento novembro/15, referência para a safra norte-americana, encerrou o dia com queda de 18,75 centavos, a
US$9,30¾/bushel. As revisões adotadas pelo mais novo relatório do USDA mexeu de forma acentuada nos preços da soja ao sinalizar expectativas de
estoques globais abundantes no ciclo 2015/16. De certa forma, as estimativas apontaram para uma manutenção no ritmo da expansão da área de soja nos
principais players num momento onde a demanda global não dá sinais de que deverá acompanhar esse crescimento. A maior rentabilidade da oleaginosa
em relação aos demais grãos concorrentes deverá fazer da soja a grande opção entre os principais países produtores. O USDA considerou expansão no
Brasil e Argentina mesmo diante de problemas econômicos vivenciados em ambos os países.
Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F)
Os preços dos contratos futuros de soja negociados na BM&FBovespa deram continuidade aos movimentos de baixa nesta terça-feira em meio a
manutenção dos movimentos de liquidação de posições. O contrato com vencimento em julho/15, que serve de referência para lotes da safra em curso,
encerrou a sessão cotado ao final do dia a US$22,30/saca com variação negativa de 0,36% em relação ao fechamento da véspera. O mini contrato de soja,
atrelado diretamente ao comportamento da bolsa norte-americana, com vencimento em julho/15, registrou variação negativa de 1,86% em relação ao dia
anterior, cotado a US$21,07/saca. As quedas na bolsa brasileira foram motivadas pela desvalorização da oleaginosa no mercado internacional em função das
novas projeções para o ambiente global para a safra 2015/16.
Dólar (US$)
O dólar fechou em queda ante o real nesta terça-feira, acompanhando outros mercados de câmbio e a trégua no avanço dos rendimentos dos títulos dos
EUA, cuja escalada nas últimas semanas vem alimentando expectativas de menor fluxo para mercados emergentes. A moeda norte-americana caiu 1,08%,
a R$3,0195 na venda, após atingir R$3,0788 na máxima e R$3,0125 na mínima do dia. Os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA e da Alemanha têm
recuado com força nas últimas semanas, movimento que pode atrair para essas economias recursos aplicados em economias emergentes. Nesta manhã, o
rendimento do papel norte-americano de 10 anos chegou a subir a 2,37%, máxima em seis meses, mas reduziu os ganhos e passou a cair durante a tarde.
Operadores consultados pela Reuters têm afirmado que o dólar tende a se estabilizar nas próximas semanas por volta do patamar atual, pouco acima de
R$3. De um lado, a menor intervenção do Banco Central - que deve rolar apenas parcialmente os swaps cambiais que vencem em junho - tende a limitar o
espaço para baixas. Do outro, investidores vêm apostando que o Federal Reserve deve elevar os juros norte-americanos apenas no segundo semestre, o que
traz algum alívio para o mercado interno. No cenário externo, preocupações com o aperto de liquidez pelo qual passa a Grécia sustentavam o clima de
apreensão, mesmo após o país anunciar que pagou a parcela de 750 milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI) que venceu nesta terça-feira.
No entanto, a ausência de progresso claro nas negociações deixava os mercados preocupados com a possibilidade de Atenas eventualmente esgotar seus
recursos e declarar default.
Mercado Interno
No Brasil, os poucos registros de negociações com o grão se concentraram nos primeiros momentos do dia, quando o dólar ainda esboçava uma forte
valorização ante o real e o mercado ainda sofria impactos do relatório do USDA. De certa forma, o dólar garantiu firmeza e suporte à formação dos preços
do grão em algumas praças do país, sobretudo nas principais zonas portuárias. Durante a primeira etapa do dia, os reportes de acordos no spot chegaram a
R$70,00/saca no porto de Rio Grande e a R$68,00/saca em Paranaguá. No interior do Paraná, houve a registrar estabilidade. Porém, logo após a divulgação
do relatório norte-americano, os preços cederam no mercado externo ao passo que o dólar, no Brasil, voltou a perder força frente a moeda nacional,
afugentando os agentes dos negócios, mas impactando negativamente a formação dos preços no período da tarde. Neste meio tempo, as indicações de
compra cederam em torno de R$2/saca entre as principais praças do país, mas não foram reportados negócios nesses níveis, visto que os agentes já não
demonstraram interesse em efetivações. A disparidade entre os preços de compra e venda travou completamente a liquidez, gerando valores em sua
maioria nominais. As quedas foram mais acentuadas nas principais regiões do Centro-Oeste do país, onde compradores dispõem de elevados estoques.
Comentários
Nesta terça-feira, o Departamento de Agricultura dos EUA divulgou seus mais recentes números para a safra 2015/16 além de efetivar alguns ajustes em
suas estimativas para safra 2014/15. Dentre as novidades, os estoques finais de soja da safra 2014/15 dos EUA foram reduzidos de 10,07 milhões para 9,53
milhões de toneladas, bem abaixo das expectativas do mercado, que era de 9,88 milhões. A quedas dos estoques norte-americanos no ciclo em curso foi
fundamento num rápida revisão das exportações norte-americanas, que passaram de 48,72 para 48,99 milhões de toneladas, e ajustes da expectativa de
esmagamento de soja no país, o qual passou de 48,85 milhões para 49,12 milhões de toneladas. Ainda na temporada 2014/15, o USDA elevou em 1,5 milhão
de toneladas a sua previsão para a produção de soja na Argentina em relação a estimativa de abril, agora em 58,5 milhões de toneladas. Mas ao mesmo
tempo, o departamento norte-americano cortou suas projeções para as exportações brasileiras em função dos atrasos gerados pelos transtornos vivido pelo
país nesse ano e, reduziu também a estimativa de importação de soja por parte da China no ciclo 2014/15 em 500 mil toneladas, agora previsto em 73,5
milhões de toneladas. Nesse reporte de maio, saíram também os primeiros números para a safra nova de soja, temporada 2015/16, os quais não deixaram
de surpreender. O relatório apontou manutenção da expansão na área plantada com soja nos três principais países produtores (EUA, Brasil e Argentina),
condição que deverá garantir mais um ano de produção global recorde e uma forte elevação dos estoques da oleaginosa. Em 2015/16, a área nos EUA
deverá crescer 0,8%, no Brasil 3,2% e, na Argentina 2,6%. De certa forma, diante desse contexto, a disputa pela demanda externa se mostrará ainda mais
acirrada e a pressão sobre os preços do grão deverão ganhar intensidade. Nesta terça-feira, a CONAB divulgou seu oitavo relatório de acompanhamento de
safra, o qual elevou a produção brasileira de soja para a safra 2014/15 de 94,3 para 95,1 milhões de toneladas.

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