Bolsa de Chicago (CBOT)
Os contratos futuros da soja negociados em Chicago abriram a primeira sessão desta semana com perdas generalizadas em meio a movimentos de
liquidação de posições. O contrato maio/15 finalizou o dia com recuo diário de 1,50 centavo de dólar, a US$9,83/bushel ao passo que o vencimento
novembro/15, referência para a safra norte-americana, encerrou o dia com baixa de 2,50 centavos, a US$9,49½/bushel. Apesar de se tratar de ajustes de
carteiras antes do próximo relatório mensal de oferta e demanda do USDA, as baixas seguem influenciada pelas condições climáticas favoráveis ao bom
andamento do plantio e desenvolvimento da safra norte-americana. Dados de acompanhamento de safra do USDA apontaram que o plantio da safra de
soja nos EUA cobriu 31% da área projetada para temporada até o dia 10 de abril, contra 18% em igual período do ano passado. A possibilidade de se
adiantar o plantio diminui os riscos relacionados a intempéries climáticas em etapas cruciais para o desenvolvimento das plantações. Existe também a
expectativa de novos ajustes no relatório de maio do USDA, os quais deverão dar um viés ainda mais determinado para os próximos meses.
Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F)
Os preços dos contratos futuros de soja negociados na BM&FBovespa iniciaram a semana com perdas generalizadas nesta segunda-feira em meio a
movimentos de liquidação de posições. O contrato com vencimento em julho/15, que serve de referência para lotes da safra em curso, encerrou a sessão
cotado ao final do dia a US$22,38/saca com variação negativa de 0,75% em relação ao fechamento da sexta-feira. O mini contrato de soja, atrelado
diretamente ao comportamento da bolsa norte-americana, com vencimento em julho/15, registrou variação negativa de 0,23% em relação ao dia anterior,
cotado a US$21,47/saca. Além do caráter técnico, a queda dos preços internacionais da soja exerceram influência negativa frente a expectativa de elevação da
produção no próximo relatório do USDA e condições climáticas favoráveis ao andamento do plantio da safra nos EUA.
Dólar (US$)
O dólar disparou nesta segunda-feira, após cair nas quatro sessões anteriores, e voltou a fechar acima de R$3, reagindo a renovadas preocupações com a
crise em torno da dívida grega, apesar de a China ter cortado os juros no fim de semana. A moeda norte-americana fechou em alta de 2,31%, a R$3,0525 na
venda. O dólar também ganhava terreno contra o euro e outras moedas emergentes, como os pesos chileno e mexicano, mas o movimento foi mais forte no
Brasil após a divisa acumular queda de 3,16% nos quatro sessões anteriores. Alguns operadores acreditam que o BC pode aproveitar a queda recente da
moeda norte-americana para reduzir sua posição em swaps cambiais, o que limita o espaço para quedas. Nesta manhã, a autoridade monetária vendeu a
oferta total de swaps para rolagem dos contratos que vencem em junho. Ministros das Finanças da zona do euro reuniram-se nesta segunda-feira para
discutir um possível acordo que traga alívio ao aperto de liquidez pelo qual passa atualmente a Grécia. O ministro grego, Yanis Varoufakis, afirmou logo
cedo que as chances de se chegar a um acordo na reunião desta segunda-feira eram baixas, mas o país não atrelou o pagamento da parcela de 750 milhões
de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI) que vence na terça-feira a essa reunião. À tarde, o Eurogrupo elogiou em comunicado os progressos nas
negociações, mas ressaltou que ainda é necessário avançar muito mais para chegar a um acordo. A apreensão com a situação da Grécia compensou o corte,
anunciado no domingo, das taxas de juros da China pela terceira vez em seis meses, com o intuito de estimular a segunda maior economia do mundo, que
deve ter em 2015 seu pior desempenho em 25 anos.
Mercado Interno
No Brasil, apesar das quedas nos preços internacionais, o dólar foi responsável pela formação de preços mais firmes no mercado físico. A taxa de câmbio
disparou e colaborou na formação do preço doméstico, o que manteve ativa a ponta vendedora em algumas importantes regiões do país. Na região Sul,
esmagadoras efetivaram novos negócios com soja no interior gaúcho e algumas praças do mercado paranaense, influenciados pela firme demanda por óleo
do setor de biodiesel e alimentício em conjunto com margens remuneradoras para processamento. No Sudeste, mercado calmo e com preços em sua
maioria nominais dada a baixa liquidez. No Centro-Oeste, o mercado registrou fluxo isolado de negócios em função da cautela entre ambas as pontas do
mercado. Os negócios efetivados foram mais significativos para entrega e pagamento no prazo, para os meses de junho e julho. Na região do MAPITOBA,
os negócios estiveram mais ativos no spot diante do fluxo das exportações nos portos da região. Nas principais zonas portuárias do país, os preços da soja
também reagiram, com destaque para acordos a R$69,50/saca em Rio Grande e a R$69,00/saca em Santos.
Comentários
As exportações brasileiras de soja grão ganharam intensidade na primeira semana de maio na comparação com o ritmo diário de embarques do mês
passado, informou nesta segunda-feira a Secretaria de Comércio Exterior (SECEX). Nos primeiros cinco dias úteis do mês, foram embarcadas 429,7 mil
toneladas da oleaginosa diariamente, contra média de 327,5 mil toneladas em abril passado. O ritmo também está bem acima do total de maio de 2014,
quando foram exportadas 362,4 mil toneladas por dia. O fluxo de agendamento de navios para carregamento de soja nos portos brasileiros cresceu acima
do esperado para o período. Porém, vale ressaltar que boa parte dos carregamentos que sairão nas próximas semanas também remete os atrasos de navios
que deveriam ser despachados durante os meses de março e abril, mas que não foram em função dos transtornos causados pela greve dos caminhoneiros,
atraso da colheita, incêndio no porto de Santos e chuvas em excesso. Caso mantenha minimamente o fluxo nas próximas semanas, maio deverá encerrar
com embarque recorde, em mais de 8 milhões de toneladas do grão, podendo superar o volume despachado em abril de 2014 de 8,25 milhões de toneladas.
Com a safra recorde praticamente colhida e estoques abastecidos, o Brasil ganha a atenção dos principais compradores globais de soja, sobretudo num
momento de preços baixos e margens positivas de esmagamento. Na primeira semana de maio foram embarcadas 2,15 milhões de toneladas. O resultado
apurado pela SECEX elevou o acumulado do ano de 2015 até a primeira semana do mês de maio para 15,25 milhões de toneladas de soja. A Informa
Economics FNP projeta embarques para o ano de 2015 em 48,0 milhões de toneladas, mesma projeção que a ABIOVE. Em sua última previsão revista em
abril, a CONAB havia projetada exportações de soja em 46,7 milhões de toneladas.
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