Bolsa de Chicago (CBOT)
Os contratos futuros da soja encerraram a primeira sessão desta segunda-feira com ganhos generalizados em meio a movimentos de compra de
oportunidade ocasionadas pelas perdas acumuladas nas sessões anteriores. O contrato maio/15 finalizou o dia com ganho diário de 14,50 centavos de dólar,
a US$9,83/bushel ao passo que o vencimento novembro/15, referência para a safra norte-americana, encerrou o dia com alta de 8,25 centavos, a
US$9,49/bushel. Além do caráter técnico, os agentes do mercado ainda seguem de olho no andamento do consumo pelo produto nos EUA, sobretudo em
com relação a teimosa consistência de demanda para exportação e processamento no país. De certa forma, nos bastidores do mercado cresce os rumores de
que a área com soja não seja tão grande nesta safra quanto o USDA havia projetado nos números de intensão de plantio. Ao mesmo tempo, aumentam as
expectativas com a ajustes nos números do relatório de oferta e demanda do USDA para a próxima semana. Outro importante fator é a política de estímulo
que o governo chinês deverá adotar para sua economia, fator que deverá impactar as importações de soja.
Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F)
Os preços dos contratos futuros de soja negociados na BM&FBovespa iniciaram a semana lateralizadas em meio a um ambiente calmo de negócios. O
contrato com vencimento em maio/15, que serve de referência para lotes da safra em curso, encerrou a sessão cotado ao final do dia a US$22,15/saca com
variação positiva de 0,05% em relação ao fechamento da quinta-feira. Já o mini contrato de soja, atrelado diretamente ao comportamento da bolsa norteamericana,
com vencimento em junho/15, não registrou variação em relação a semana passada, cotado a US$21,52/saca. De certa forma, a firmeza da
paridade de exportação exerceriam influência positiva sobre o mercado da oleaginosa no Brasil, mas novas perspectivas de grande produção no país tem
minimizado o efeito dos ganhos.
Dólar (US$)
O dólar registrou forte valorização ante o real nesta segunda-feira, após o Banco Central sinalizar que deve rolar apenas parcialmente os swaps cambiais que
vencem em junho, mesmo diante da forte alta da moeda norte-americana nas três sessões passadas. A moeda norte-americana fechou com alta de 2,24%, a
R$3,0807 na venda, após acumular avanço de 3,13% nos três pregões anteriores. Na quinta-feira passada, o dólar marcou a maior alta diária ante o real em
mais de um mês e, após o fechamento dos negócios, o BC anunciou que faria nesta manhã leilão de rolagem de swaps cambiais com oferta de até 8,1 mil
contratos dando sinais de que deverá coibir as altas. Se mantiver esse ritmo de oferta diária até o penúltimo pregão do mês, como de praxe, rolará cerca de
80% do lote total, equivalente a 9,656 bilhões de dólares. A autoridade monetária vendeu a oferta total de swaps no leilão. A perspectiva de que a
recuperação da economia dos EUA abre espaço para uma alta de juros em breve também vem pressionando o câmbio globalmente. Na sexta-feira, com o
mercado brasileiro fechado devido ao feriado do Dia do Trabalho, uma leva de dados positivos sobre a maior economia do mundo reforçou essas apostas e
levou a moeda norte-americana à máxima em duas semanas contra o iene. O relatório de emprego do governo dos EUA, a ser divulgado na sexta-feira,
deve trazer mais pistas sobre esse tema, sustentando a volatilidade nos mercados. De maneira geral, no entanto, analistas não esperam que o dólar volte a
ser negociado nas máximas atingidas em março, acima de R$3,20, uma vez que a alta taxa de juros brasileira deve manter o fluxo de investimentos para
ativos domésticos.
Mercado Interno
No Brasil, a disparada do dólar e a forte valorização da oleaginosa em Chicago foram suficientes para desencadear uma retomada da liquidez de negócios
nesta segunda-feira. A firmeza dos prêmios portuários também ajudaram a puxar as indicações de compra para cima. A crescente fila de navios,
potencializada pelos problemas de escoamento na Argentina, ajudaram a ditar a demanda nos terminais brasileiros. Neste contexto, os preços nos portos de
Santos e Rio Grande dispararam e voltaram para a casa dos R$70,00/saca, estimulando os produtores a negociarem bons volumes da oleaginosa no dia. Em
Paranaguá, os negócios variaram conforme o prazo de pagamento e entrega, visto que os estoques portuários estão bem abastecidos. Houve efetivações
entre R$68,00/saca e R$69,00/saca. No porto de São Luiz do Maranhão foram realizados negócios a pronta entrega a R$68,60/saca em ambiente firme. Entre
as principais praças produtoras e comercializadoras no interior do país, os preços subiram acima de R$2/saca em média, fator que trouxe gerou uma
expressiva melhora da dinâmica das negociações. Processadoras estiveram mais ativas em função dos firmes preços dos derivados do grão. Destaque para
negócios a R$65,00/saca em Ponta Grossa e na região de Passo Fundo, em torno de R$60,00/saca no Triângulo Mineiro e Goiás. No MAPITOBA, efetivações
entre R$58,00/saca e R$60,00/saca. O dia foi muito agitado para um começo de semana.
Comentários
O fluxo de embarque de soja grão durante o mês de abril ganhou intensidade em relação ao registrado em março passado, mas não foi o suficiente para
superar os resultados em período análogo de 2014. De certa forma, os problemas acarretados com o escoamento da safra de soja no período em questão
afetou a dinâmica de embarque no Brasil. Além do atraso da colheita nesta temporada, o longo período da greve dos caminhoneiros em importantes rotas
de país seguida do incêndio que prejudicou os trabalhos aduaneiros no porto de Santos (maior via de escoamento do país) ainda repercutiram nos
resultados da pauta das exportações. Vale destacar também os períodos de chuvas e focos isolados de paralisações remanescentes por parte de alguns
agentes do transporte de carga que não se mostraram satisfeitos com os acertos instituídos pelo governo federal. Todos esses fatores afetaram de forma
decisiva os resultados, os quais deverão ser revertidos a partir do mês de maio caso não aconteça mais nenhum contratempo. De acordo com dados da
Secretária de Comercio Exterior (SECEX), o volume exportado de soja grão em abril passado somou 6,55 milhões de toneladas, contra 5,59 milhões de
toneladas em março e abaixo do volume recorde de abril de 2014, de 8,25 milhões de toneladas. O destaque recai no fluxo médio diário do mês que avançou
28,9% frente a março, em 327,5 mil toneladas. Em relação a receita obtida com exportações de soja em grão em abril, esta somou 2,53 bilhões de dólares,
abaixo dos 4,13 bilhões do mesmo mês em 2014, devido a uma queda no volume e recuo de 22,8% nos preços de venda, segundo a Secex. Ainda assim, a
soja segue como o produto mais rentável da pauta de exportações do Brasil no mês passado, não deixando de colaborar com o melhor desempenho da
balança comercial brasileira. O minério de ferro, que costumava competir com a soja, faturou 1,16 bilhão de dólares, em meio a uma acentuada queda no
preço da matéria-prima do aço. Para a receita agregada obtida através da principais commodities na balança comercial brasileira, apenas a soja grão
representou 30% do total faturado.
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