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BOLETIM DIÁRIO DO MILHO | Assovale - Associação Rural Vale do Rio Pardo

BOLETIM DIÁRIO DO MILHO

Bolsa de Chicago (CBOT)
Os contratos de milho negociados na bolsa de Chicago iniciaram a semana com perdas generalizadas, pressionados por movimentos de liquidação de
posição e ajustes de carteiras. A posição mais ativa, vencimento maio/15, registrou baixa de 1 centavo de dólar, cotado ao final do dia a US$3,58¾/bushel,
ao passo que o contrato com vencimento em julho/15 encerrou o dia com recuo diário de 1,75 centavo de dólar, cotado ao final do pregão a
US$3,61¼/bushel. Desde a sexta passada, quando não houve pregão no Brasil devido ao feriado nacional, os preços do cereal operam sobre forte pressão
baixista. As condições climáticas para o plantio de milho, safra 2015/16, nos EUA continuam favoráveis. Dados do USDA a respeito do
acompanhamento de safra apontaram que até esse último final de semana (03), os agricultores norte-americanos semearam 55% da área projetada para a
temporada, com um avanço semanal de 36 pontos percentuais, contra 28% em igual período do ano passado e 38% da média histórica, graças às
melhores condições de plantio.
Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F)
Os contratos futuros de milho negociados na BM&Fbovespa encerraram a sessão desta segunda-feira com modestos ganhos, ainda repercutindo
movimentos pontuais de compras de oportunidade depois das quedas acumuladas. O vencimento maio/2015, referência para o mercado disponível,
terminou o dia com modesta alta de 0,12% cotado a R$25,43/saca ao passo que o vencimento setembro/15, que baliza os contratos com lotes da segunda
safra, registrou ganho de 0,81%, cotado a R$26,10/saca. A melhora da paridade de exportação em função da forte valorização do dólar frente ao real
motivou os movimentos de recomposição de carteiras num cenário de sobrevenda. Mesmo assim, as altas segue limitadas pelas perspectivas de safra
cheio para a produção de milho inverno.
Dólar (US$)
O dólar registrou forte valorização ante o real nesta segunda-feira, após o Banco Central sinalizar que deve rolar apenas parcialmente os swaps cambiais
que vencem em junho, mesmo diante da forte alta da moeda norte-americana nas três sessões passadas. A moeda norte-americana fechou com alta de
2,24%, a R$3,0807 na venda, após acumular avanço de 3,13% nos três pregões anteriores. Na quinta-feira passada, o dólar marcou a maior alta diária ante
o real em mais de um mês e, após o fechamento dos negócios, o BC anunciou que faria nesta manhã leilão de rolagem de swaps cambiais com oferta de
até 8,1 mil contratos dando sinais de que deverá coibir as altas. Se mantiver esse ritmo de oferta diária até o penúltimo pregão do mês, como de praxe,
rolará cerca de 80% do lote total, equivalente a 9,656 bilhões de dólares. A autoridade monetária vendeu a oferta total de swaps no leilão. A perspectiva
de que a recuperação da economia dos EUA abre espaço para uma alta de juros em breve também vem pressionando o câmbio globalmente. Na sextafeira,
com o mercado brasileiro fechado devido ao feriado do Dia do Trabalho, uma leva de dados positivos sobre a maior economia do mundo reforçou
essas apostas e levou a moeda norte-americana à máxima em duas semanas contra o iene. O relatório de emprego do governo dos EUA, a ser divulgado
na sexta-feira, deve trazer mais pistas sobre esse tema, sustentando a volatilidade nos mercados. De maneira geral, no entanto, analistas não esperam que
o dólar volte a ser negociado nas máximas atingidas em março, acima de R$3,20, uma vez que a alta taxa de juros brasileira deve manter o fluxo de
investimentos para ativos domésticos.
Mercado Interno
No Brasil, o mercado físico de milho iniciou a semana com liquidez de negócios praticamente nula, com a grande maioria dos produtores dando
preferência em efetivar negócios com a soja em virtude dos preços mais remuneradores. De certa forma, o interesse de compra no mercado do cereal
segue fraco em função dos elevados estoques do produto e perspectiva de uma grande produção de milho inverno no Brasil. Embora a alta do dólar
tenha colaborado para recuperação da paridade de exportação do cereal nas principais zonas portuárias do país, esta ainda não foi suficiente para
desencadear novos movimentos de alta nos preços domésticos. Nos portos de Santos e Paranaguá foram observados apenas indicações de compra entre
R$27,50/saca e R$28,50/saca, modesta recuperação de 2% em relação aos valores sinalizados na semana passada. De certa forma, a fragilidade dos preços
internacionais do cereal ainda tem prejudicado a formação de preços mais firmes. No interior do país, os registros de negócios foram praticamente nulos.
De certa forma, os vendedores estão regulando suas ofertas de venda aguardando recuperação em função do dólar. No Sul do país, foram realizados
negócios apenas pontuais no mercado gaúcho e no paranaense junto a processadoras de carne. No Sudeste, os reportes de operações com lotes
disponíveis também foram pontuais, assim como no Centro-Oeste. Com relação as vendas antecipadas, estas também se mostraram fracas devido à
ausência de ambas as pontas do mercado.
Comentários
Os embarques de milho do Brasil em abril de 2015 despencaram significativamente. De acordo com informações da Secretária do Comércio Exterior
(SECEX), divulgadas nesta segunda-feira, as exportações de milho somaram 159,2 mil toneladas, uma queda 76,4% em relação ao volume embarcado
em março de 2015, quando havia somado 675,4 mil toneladas. Entretanto, com o término do mês, o Brasil embarcou no primeiro quadrimestre de 2015,
o segundo maior volume já despachado pelo país ao mercado externo, totalizando 5,135 milhões de toneladas de milho, contra o recorde de 7,876
milhões de toneladas em relação a igual volume embarcado em 2013. O arrefecimento das exportações brasileiras de milho já era esperado para este
período, a medida em que se avança a colheita da safra 2014/15 de soja, exportadores passaram a dar preferência ao escoamento da oleaginosa. Além do
fechamento da janela de exportação de milho, atualmente, os elevados preços dos fretes agrícolas associada ao encarecimento do produto no mercado
interno desfavoreceram a saída do produto para exportação. Praticamente já não se nota operações com o grão nos portos brasileiros no spot. A queda
no potencial produtivo das lavouras de milho verão associado ao atraso do plantio da safra inverno de milho em alguns importantes estados inflacionou
os preços do cereal na origem. Nas regiões portuárias do país, os preços do milho estão atualmente 9,2% abaixo do registrado um ano atrás, em
US$201,1/toneladas. A demanda segue deslocada ao mercado doméstico, visto que o Brasil já ultrapassou sua janela para exportações de milho e o
escoamento da soja será predominante nos próximos meses. Neste contexto, o fluxo das exportações norte-americanas devem ganhar intensidade em
função da ausência brasileira, que deverá oferta milho apenas a partir do mês de julho de 2015.

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