O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, disse nesta quarta-feira (8), que reserva de água nos reservatórios das hidrelétricas no fim deste ano e início de 2015 pode ser "igual ou pior" ao que foi registrado do fim de 2014 e início deste ano -período em que o setor elétrico teve de enfrentar uma de suas piores crises.
"Não é que a crise hídrica esteja vencida. Ela permanece. Estamos vencendo é o desafio de garantir energia, com térmica que é mais cara e pressiona o preço [as tarifas]. A crise hídrica está posta. Está aí", afirmou.
O atraso e a redução dos níveis de chuva na cabeceira dos rios acaba por obrigar o governo a fazer uso maior das usinas termelétricas para complementar a geração, que são mais caras por usar, por exemplo, óleo combustível.
De acordo com o ministro, o Brasil possui 30% de sua geração de energia vinda das usinas térmicas e que não será necessário fazer grande ampliação neste tipo de fonte para enfrentar o próximo verão.
"Não precisamos de muito mais que isso, 3% ou 4%. Mas [temos que] substituir algumas térmicas por outras mais eficientes para garantir período de crise hídrica como esse", afirmou.
Braga disse também que já foi criado um instrumento para que, no ano que vem, seja criada uma reserva de geração térmica para atender a demanda da população durante os horários de ponta, quando a rede elétrica fica mais sobrecarregada.
Nuclear
Os planos do Ministério de Minas e Energia, de acordo com Braga, são para conclusão das usinas de Angra até 2018, construção de quatro novas usinas nucleares até 2030 e outras oito nucleares até 2015.
Braga defendeu que elas poderão fornecer energia mais barata até que a de algumas hidrelétricas. "Temos de criar um novo modelo para construção e geração das próximas [nucleares]. É um tema delicado, envolve várias áreas do governo, urânio enriquecido", disse. "O Brasil tem a maior reserva de urânio que temos conhecimento, uma das maiores do mundo. E nós importamos mesmo tendo também uma das melhores tecnologias", ponderou.
Para ele, será necessário ter "a maior responsabilidade" com a questão ambiental.
Apagão
O ministro de Minas e Energia também contou que seu primeiro desafio ao assumir a pasta foi de vencer "uma grande desconfiança do setor" sobre as possibilidades de ocorrer um apagão ou de haver desabastecimento de energia.
"Entramos 2014 com 40% [de reserva nas hidrelétricas]. Nesse ano de 2015 tínhamos 20%, ou seja, a metade da água e com um grave problema, o pior janeiro da série histórica dos últimos 82 anos. O mês de fevereiro foi segundo pior", afirmou. "A cada dia nós afastamos célere e confiavelmente de qualquer situação de racionamento."
Fonte: Folha de S. Paulo
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