Para um público de 700 pessoas, o 17º Seminário de Mecanização e Produção de Cana-de-Açúcar abordou as questões mais atuais da área de mecanização, como espaçamentos duplos combinados, aproveitamento da biomassa, controle de tráfego e lei da balança.
O conhecimento, a tecnologia e a troca de experiências são ferramentas fundamentais para se combater a crise que atinge o setor sucroenergético, principalmente quando o objetivo é ganhar em produtividade, reduzir custos e aumentar a eficiência. Esta é a visão dos cerca de 700 profissionais da agroindústria da cana-de-açúcar que não mediram esforços para participarem do 17º Seminário de Mecanização e Produção de Cana-de-Açúcar do Grupo IDEA.
Mais tradicional evento voltado à mecanização canavieira do mundo, o Seminário de Mecanização sempre aborda, com informações técnicas e casos de sucesso, os temas mais atuais relacionados à produção de cana-de-açúcar. Promovido nos dias 25 e 26 de março, em Ribeirão Preto, o seminário teve palestrantes de alto gabarito, que atuam em usinas, consultorias especializadas e fabricantes de equipamentos e tecnologias.
DO PLANTIO À COLHEITA
O Seminário de Mecanização começou abordando as novidades relacionadas a um grande problema que tem atingido o setor sucroenergético, principalmente em Minas Gerais: a Lei da Balança. Assunto que foi tratado pelo presidente da Siamig (Associação da Indústria de Açúcar e Etanol de Minas Gerais), Mário Campos.
No primeiro dia de evento, também foram abordadas questões de grande interesse do setor, como o gerenciamento do uso de pneus, a viabilidade de se utilizar aditivos para combustíveis, a adoção de conceitos modernos de manutenção automotiva e o micro-terraceamento como método de planejamento para conservação do solo e otimização da colheita mecanizada.
Novos equipamentos e tecnologias também foram apresentados durante o seminário, como pulverizadores autopropelidos, novos métodos de correção de solo relacionados ao preparo profundo, tecnologias de integração de sistemas de piloto automático, e uma pá-carregadeira de alta capacidade, que aplica sistema de eficiência energética que reduz custos operacionais.
Também foi tema do Seminário uma das áreas da mecanização canavieira que mais precisam de avanços: o plantio mecanizado. Foram apresentados os resultados de uma plantadora automatizada que já está operando em várias usinas do Centro-Sul do país com resultados muito satisfatórios. Tanto do ponto de vista da redução de mudas consumidas, como da qualidade do plantio realizado e da diminuição do número de operadores.
A colheita mecanizada foi o último tema abordado no primeiro dia do evento. A diretora agrícola da Biosev, Tereza Cristina Peixoto, apresentou uma análise crítica de perdas e ganhos na colheita mecanizada. Na sequência, os dois maiores fabricantes de colhedora de cana apresentaram suas tecnologias voltadas à colheita da cana-de-açúcar. Marco Rípoli, da John Deere, falou sobre soluções para controle de tráfego em cana-de-açúcar, que é um grande problema enfrentado pelo produtor de cana desde que houve o crescimento da mecanização da colheita.
Já Fábio Balaban, da Case IH, apresentou um conjunto de soluções tecnológicas desenvolvidas para o produtor rural obter o melhor aproveitamento energético e produtivo dos equipamentos, o Efficient Power. Ao final, os dois palestrantes participaram de um debate sobre colheita mecanizada.
APROVEITAMENTO DA PALHA E ESPAÇAMENTOS COMBINADOS
No segundo dia do Seminário deste ano, o tema mais abordado foi o recolhimento da palha e o seu aproveitamento na indústria. Uma questão que tem ganhado relevância para o setor, uma vez que a geração de energia elétrica tem se tornado um produto importante para as usinas.
Voltadas a este assunto, foram apresentadas palestras sobre reflexos do uso da palha na indústria, procedimentos operacionais para o recolhimento deste material na lavoura, com destaque para tecnologias possíveis, rendimento e custos, além de uma visão completa do ciclo da palha na usina.
O evento foi encerrado com a discussão sobre os prós e contras dos espaçamentos duplos combinados no plantio da cultura. Assunto que foi abordado com bastante profundidade e riqueza de dados pelo diretor agrícola do Grupo Clealco, Cássio Manin Paggiaro.
“No seminário deste ano, tivemos a discussão de temas muito atuais, com a apresentação de novidades e do resultado de diferentes tecnologias”, frisou Dib Nunes, diretor do Grupo IDEA. “Apesar da crise do setor, o produtor busca saídas, alternativas. Se o governo não ajuda, temos que fazer a nossa parte. E é com a soma de várias mudanças que o setor vai atingir a viabilidade que precisa. Mas, para isso, os profissionais precisam se atualizar, buscar novas tecnologias, compartilhar conhecimentos”, conclui.
Fonte: Assessoria de Comunicação Grupo IDEA
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