Diretora da ANP diz que importação pode atingir 1 milhão de barris por dia.
País terá que garantir estrutura para distribuir combustível importado.
A importação pelo Brasil de derivados de petróleo, como a gasolina, deve dobrar nos próximos dez anos caso não sejam retomados os investimentos na construção de refinarias, afirmou nesta quarta-feira (11) a diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Magda Chambriard.
Ela fez a declaração durante audiência pública na Câmara, em Brasília, que discute os impactos do cancelamento, pela Petrobras, de dois projetos de refinarias, no Maranhão e no Ceará. A decisão foi anunciada em janeiro, em meio à crise provocada pelas denúncias de corrupção na estatal.
Hoje, o Brasil importa, por dia, pouco menos de 430 mil barris de derivados de petróleo. De acordo com Chambriard, esse volume pode chegar próximo de 1 milhão de barris até 2025.
“Até 2025 podemos estar importando o dobro disso, ou seja, um número próximo de 1 milhão de barris por dia [de derivados de petróleo]. Vai depender do investimento [em refinarias] que for feito nesse período”, disse a diretora-geral da ANP.
Risco de desabastecimento
Magda apontou ainda que, caso o país não eleve a sua capacidade de refino, para evitar risco de desabastecimento, o governo terá que investir nos próximos anos na ampliação da infraestrutura de distribuição do combustível importado pelo interior do país. Atualmente, o Brasil refina cerca de 2,2 milhões de barris diariamente.
“Se não for feito investimento em refinaria, teremos que nos certificar que temos infraestrutura no país para que a importação possa ser feita e interiorizada, chegando até o consumidor final.”
A diretora-geral da ANP disse ainda que a o órgão "tem conduzido estudos para aprofundar essas questões e subsidiar o governo com informações para definição da sua política.”
O Brasil consome hoje cerca de 60 bilhões de litros de diesel e 44 bilhões de litros de gasolina por ano. A importação de diesel corresponde a 2 meses e 10 dias de consumo nacional e, o de gasolina, a 20 dias.
Premium I e II
Em janeiro a Petrobras anunciou o cancelamento dos projetos de construção das refinarias Premium I e II, respectivamente no Maranhão e no Ceará, que não saíram do papel. Em seu balanço relativo ao terceiro trimestre de 2014, a estatal informa que os dois empreendimentos, juntos, provocaram perdas de R$ 2,707 bilhões.
"A companhia, diante dos resultados econômicos alcançados até o momento, consideradas as taxas previstas de crescimento dos mercados interno e externo de derivados e da ausência de parceiro econômico para a implantação, condição prevista no Plano de Negócios e Gestão da Companhia, PNG 2014-2018, entendeu que deveria encerrar estes projetos de implantação", diz a Petrobras no balanço do terceiro trimestre de 2014.
De acordo com Magda, a Petrobras nunca apresentou à agência os projetos de construção das duas refinarias
Fonte: Portal G1
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