Por Gustavo Bonato e Reese Ewing
Às vésperas de começar a safra 2015/16, a Biosev, segunda maior processadora de cana-de-açúcar do Brasil, registrou chuvas abaixo da média histórica em janeiro em importantes áreas de produção, embora melhores que as vistas no mesmo mês de 2014, disse nesta quarta-feira seu principal executivo.
"As chuvas de janeiro ficaram abaixo da média histórica em São Paulo, mas melhores que ano passado", disse o presidente da companhia, Rui Chammas, em entrevista à Reuters.
"E fevereiro é um mês que ainda se constrói, do ponto de vista de umidade do solo. Tem um ponto que a gente está observando com bastante atenção", afirmou o executivo, sem dar outros detalhes.
Das onze usinas da companhia, cinco estão no interior paulista, concentradas principalmente no norte do Estado. Outras três ficam em Mato Grosso do Sul, duas no Nordeste e uma em Minas Gerais.
Em meados de janeiro, Chammas havia dito que chuvas dentro da normalidade, até aquele momento, poderiam provocar uma reação dos seus canaviais na safra que começa a ser colhida oficialmente em 1º de abril, em comparação à temporada anterior, que foi afetada por poucas chuvas no verão de 2014.
O executivo disse que a previsão para a nova safra de cana (2015/16) será divulgada apenas em março.
A Biosev informou que seu volume de moagem de cana da safra 2014/15 deverá ficar ligeiramente abaixo do limite inferior da previsão feita anteriormente.
A estimativa para a safra 14/15 era entre 29 milhões e 31,5 milhões de toneladas de cana, contra 30 milhões em 2013/14.
A Biosev continua moendo cana da safra 14/15 no Nordeste, tendo encerrado já as atividades nas demais usinas.
A empresa registrou prejuízo de 86,2 milhões de reais no período de outubro a dezembro do ano passado, em comparação a uma perda de 203,7 milhões de reais um ano antes, segundo informações divulgadas na noite de terça-feira.
PREÇOS
A Biosev, controlada pela gigante francesa do setor de commodities Louis Dreyfus, projeta melhoria nos preços do açúcar e do etanol em 2015.
"Este é um ano em que a gente imagina ter balanço entre oferta e demanda (no mercado global). Contrário ao que a gente teve na última safra (2014/15), que foi ainda de superávit de açúcar. Nossa perspectiva é que com esse balanço, o preço tenda a se recuperar", disse Chammas.
O açúcar bruto negociado em Nova York acumula perdas de 20 por cento ante o pico de 2014, registrado no início de março.
A Biosev também comemorou uma série de medidas recentes, incluindo o aumento de impostos sobre a gasolina, que prometem melhorar a competitividade e aumentar o consumo de etanol no Brasil este ano.
"Olhando para frente, esta medida (aumento de impostos), somada ao aumento da mistura (de etanol na gasolina) e somada ainda ao aumento do ICMS para a gasolina em Minas Gerais e à redução para o etanol, esse conjunto de medidas vai favorecer o uso do biocombustível, o que acho bastante positivo para a indústria e para a Biosev", afirmou o presidente da companhia.
Ele não fez projeções para preço de açúcar e etanol em 2015.
A empresa já tem fixados preços para 574 mil toneladas de açúcar, ou 36 por cento, da exposição para a safra 2015/16.
Para este volume fixado, o preço médio ficou em 17,40 centavos de dólar por libra-peso, ante 19,04 centavos da média da safra 2014/15.
Fonte: Reuters
16 3626-0029 / 98185-4639 / contato@assovale.com.br
Criação de sites GS3