O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou na manhã desta terça-feira (3) que vai retirar mais 2.000 litros de água por segundo do sistema Rio Grande para socorrer o Alto Tietê, além de outros 2.000 já anunciados antes. "Estamos estimulados com a possibilidade de o Rio Grande passar 2 m³ por segundo para Taiaçupeba e, em seguida, mais 2 m³. A própria Sabesp vai executar a obra, de 11 kms de dutos", disse o governador.
A previsão dele é terminar até maio ao menos a primeira linha de dois tubos -o que garantirá 2.000 litros de água por segundo. O governador disse que também estuda retirar mais água dos rios São Lourenço e Guaió, também para socorrer o sistema Alto Tietê.
O sistema abastece 4,5 milhões de pessoas na região leste da capital paulista e Grande São Paulo. Ele opera com 11,17% de sua capacidade após subir 0,1 ponto percentual em relação ao dia anterior.
No dia 14 de dezembro, o Alto Tietê passou a contar com a adição do volume morto , que gerou um volume adicional de 39,5 milhões de metros cúbicos de água da represa Ponte Nova, em Salesópolis (a 97 km de São Paulo).
Alckmin afirmou que a principal medida agora é reduzir a retirada de água do Cantareira para depender cada vez menos desse sistema. "Nas ultimas 24 horas, o consumo de água no Cantareira foi 14,7 metros cúbicos por segundo e a entrada foi 26,9", disse. Como complemento, ele disse ainda que serão construídos um reservatório no município de Pedreira e outro em Amparo, mas não informou datas.
Rodízio
Questionado se a população ficou apavorada com o anúncio de um possível rodízio de água, sendo dois dias com abastecimento e cinco sem, ele disse que a Sabesp faz essa avaliação permanentemente. "Se houver necessidade [de rodízio], a Sabesp se prepara para ela. Fará com antecedência e orientará a população", afirmou.
Ele afirmou que retirar água da represa Billings, conhecida pelo alto índice de poluição, para abastecimento humano, não é um problema. "Nós já usamos água da Billings para abastecer o [sistema] Guarapiranga através do braço Taquacetuba desde a década de 1990 e para o [sistema] Rio Grande desde a década de 1960. Ela tem muita água, o problema é você fazer essa transferência, tratamento. Mas a tecnologia hoje permite o tratamento através de membranas ultrafiltrantes que é o que há de mais seguro."
O governador também confirmou que vai restringir o uso de água a produtores agrícolas da Grande São Paulo. "Água para irrigação para quem não tem outorga, nós vamos limitar. E estimular, não o valetão, mas a aspersão (irrigação). Na indústria, estimular a água de reúso, pois temos disponibilidade imediata", afirmou.
Alckmin disse que mesmo os produtores que têm outorga serão avaliados. "Precisa saber se a outorga corresponde ao que está sendo retirado. Essa checagem começará a ser feita nesta semana e quem não tem outorga precisamos ter uma outra solução. O governo estuda juridicamente até indenizar pequenos produtores que possam ter outorga. Estamos avaliando, mas a ideia é sempre priorizar o abastecimento humano."
A Folha informou nesta terça (3) que, em meio à mais grave crise hídrica de sua história, o Estado de São Paulo dispõe de apenas 271 funcionários para fiscalizar o uso da água, em represas, nascentes, poços e rios que abastecem a população, além de empresas e produtores rurais.
Dos 404 cargos de engenheiro concursado com essa atribuição no Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica), apenas 271 (67% do total) estão preenchidos, segundo dados do Portal da Transparência do governo de Geraldo Alckmin (PSDB). Isso representa um déficit de 133 fiscais.
Fonte: Folha de S. Paulo
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