As chuvas previstas para as próximas duas semanas devem ajudar a aliviar o estresse hídrico nos cinturões de café, cana-de-açúcar e grãos do Brasil, que têm sofrido com o tempo seco e quente, disseram meteorologistas locais e dos Estados Unidos nesta segunda-feira.
No entanto, os dois maiores Estados produtores de café do país, Minas Gerais e Espírito Santo, enfrentam grandes déficits hídricos à medida que aproxima o final de janeiro, normalmente o mês mais chuvoso do ano para o Sudeste, segundo o painel Reuters Weather Dashboard.
Ainda assim, as principais regiões de café e cana foram mais favorecidas pelas chuvas das últimas semanas do que em janeiro de 2014, quando uma seca muito mais intensa levou a uma forte redução de produtividades na safra passada.
Ao longo dos últimos 60 dias, o Espírito Santo acumulou 118 milímetros, enquanto o normal seria 494 milímetros, segundo o painel de meteorologia do terminal financeiro da Thomson Reuters.
Minas Gerais, maior estado produtor de café do país, recebeu 215 milímetros de chuva nos últimos dois meses, enquanto a média é de 546 milímetros.
O instituto de meteorologia Commodities Weather Group, dos Estados Unidos, disse nesta segunda-feira que a metade do cinturão de café e um terço das áreas de cana-de-açúcar têm sofrido com a seca, mas espera que a umidade aumente em 11 a 15 dias.
"Chuvas esparsas na próxima semana e chuvas mais generalizadas no início de fevereiro devem chegar a quase todas as áreas para reduzir qualquer estresse hídrico crescente", disse o CWG em um relatório diário.
A massa de ar quente que permaneceu sobre as áreas de cultivo do Sudeste por quase três semanas começou a se dissipar cerca de uma semana atrás, permitindo que a entrada de frentes frias e a ocorrência de chuvas.
Chuvas generalizadas e mais intensas têm sido raras, no entanto.
O CWG disse que metade do cinturão do café e 35 por cento das áreas de cana receberam entre 6 e 38 milímetros no fim de semana. A empresa prevê níveis semelhantes de precipitação durante os próximos cinco dias em 60 por cento das áreas de café e 85 por cento das áreas de cana.
Fonte: Reuters
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