A geração de eletricidade com a queima do bagaço da cana-de-açúcar é uma das alternativas mais velozes para se reduzir a dependência brasileira de hidrelétricas, de acordo com Erik Rego, professor da Escola Politécnica da USP e consultor da Excelência Energética.
"Em um ano, algumas usinas conseguiriam trocar suas caldeiras pequenas por maiores e começar a entregar energia", afirma.
Com a modernização do maquinário, o segmento poderia dobrar a sua geração de energia, diz Zilmar de Souza, consultor de bioeletricidade da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar).
"Se hoje o setor colabora com uma média de 4% da energia que o país consome no ano, poderia chegar a 8% com a mesma quantidade de cana", diz Souza.
Uma usina gera, em média, 1 MW (megawatt) com a queima de cinco a seis toneladas de bagaço. Com a troca dos equipamentos para modelos mais modernos, poderia produzir a mesma quantidade com duas ou três toneladas de matéria-prima.
O plano, no entanto, esbarra na atual dificuldade de investimentos do setor sucroalcooleiro, com muitas empresas endividadas e sem recursos próprios para aportes.
"Tem empresa que não tem dinheiro nem para comprar cana", diz Rego.
"O setor precisa de um programa de médio a longo prazo. Se isso tivesse sido feito há dois anos, hoje já teríamos essa quantidade maior [de energia]", acrescenta Souza.
De um total de 390 companhias ligadas à Unica, 170 conseguem vender energia para terceiros
Fonte: Folha de S. Paulo
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