Nesta quarta-feira (21), pela primeira vez, as principais entidades representativas do setor sucroenergético do país reuniram-se com a ministra da Agricultura Kátia Abreu. A gestora mostrou entrosamento com os representantes, bem como apresentou um perfil objetivo para buscar desburocratizar a pasta, a fim de tentar resolver questões que limitam a evolução das culturas agrícolas no Brasil, em especial da cana e da laranja, consideradas por ela como uma das mais prejudicadas nos últimos anos. Uma lista de medidas foi pleiteada pelas entidades dos canavieiros e industriais presentes, que foi bem acolhida por Abreu. Dentre elas, a posição ministerial favorável sobre a liberação da subvenção da cana nordestina e do RJ no valor de R$ 187 milhões. Ontem ainda, a ministra encaminhou ao ministério da Fazenda parecer apoiando a medida. A irrigação de canaviais e o incentivo para desenvolver tipos de canas transgênicas resistentes à seca também foram reivindicadas.
Essas e outras demandas do setor foram discutidas pelos representantes da União Nordestina dos Produtores de Cana (Unida), Associação dos Plantadores de Cana de Alagoas, Comissão de Cana da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Fórum Nacional Sucroenergético, União da Indústria de Cana de Açúcar (Única) e da Cosan. Os Sindicatos da Indústria do Álcool e Açúcar de PE e AL também participaram da reunião, bem como as Federações Paraibana e Potiguar da Agricultura.
“Reivindicamos a manutenção da cota preferencial de exportação de açúcar do país aos Estados Unidos” disse Alexandre Andrade Lima, presidente da Unida. O dirigente explica que a cota americana beneficia principalmente os canavieiros e os industriais da região Norte/NE. O dirigente aproveitou para reivindicar o fim da importação de álcool anidro de milho dos EUA para o mercado interno, pois concorre com a produção nacional, sobretudo da região do NE. No último ano, ele conta que cerca de 350 milhões de litros do anidro importado chegou ao Nordeste, enquanto algo em torno de 100 milhões de litros foram para o Centro/Sul do Brasil. “O país é autossuficiente na produção deste produto e não precisa de importação, todavia, em caso de importação, que não seja realizada no período da safra da cana nordestina” reclamou Lima
O presidente da Comissão de Cana da CNA, Ênio Fernandes, pediu que a ministra criasse um meio para garantir benefícios do governo somente aos industriais que estejam regularizados com os órgãos de classe canavieira e seus fornecedores de cana. Ou seja, a liberação de subvenções, benefícios fiscais e etc. estariam condicionados ao pagamento da cana fornecida pelos agricultores. A reivindicação visa reverter o quadro extenso de débito dos industriais com base da cadeira produtiva, que é o produtor independente de cana-de-açúcar.
Abreu disse que irá trabalhar no sentido de proteger a cultura de cana no país, uma vez que ela considera uma das mais prejudicadas nos últimos anos, assim como a de laranja. A gestora garantiu que criará uma política de seguro rural, mas ainda não detalhou como será. Ela também sinalizou que é preciso criar políticas para fortalecer a classe média rural, pois observou que este segmento está definhando. Lima aproveitou e citou o caso de Pernambuco, onde o número dos tradicionais canavieiros de médio porte vem diminuindo rapidamente. Hoje 90% dos produtores são classificados como de econômica de agricultura familiar.
SUBVENÇÃO
Nesta quinta-feira (22), o presidente da Unida estará no Ministério da Fazenda, com o objetivo de buscar apoio da pasta, para chancelar, assim como fez a ministra da Agricultura, o decreto presidencial que regulamenta a lei 12.999/14 (subvenção da cana). Cerca de 30 mil canavieiros nordestinos e do RJ aguardam desde julho de 2014 a liberação deste benefício. A subvenção de R$ 12 por tonelada de cana fornecida na safra 2012/13, limitada a 10 mil toneladas, só poderá ser paga depois da aprovação do ministro Joaquim Levi, e do aval final da presidente Dilma Rousseff.
Fonte: Assessoria de Imprensa
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