Pelo menos mil militantes sem-terra da Frente Nacional de Luta no Campo e Cidade (FNL) ocuparam neste sábado cerca de 12 usinas de cana de açúcar e álcool no interior de São Paulo. Eles exigem que as áreas das usinas sejam destinadas a assentamentos. Também protestam contra a morosidade do governo paulista e do governo federal na implantação da reforma agrária.
Entre as usinas invadidas, que deverão ser desocupadas no domingo, estão a Santa Fany, em Regente Feijó; Decasa, em Marabá Paulista, e Dracena, em Dracena, além de outras na região de Marília, de acordo com o balanço da FNL. As usinas estariam falidas e sucateadas, segundo a FNL.
— Elas paralisaram as atividades e não concordamos que seja usado dinheiro público para recuperar essas usinas. Esse dinheiro deveria ser usado para assentar famílias nas terras ocupadas pelas usinas — critica João Batista Pereira da Silva, 51 anos, integrante da FNL.
Ele não tem um cálculo do valor que seria investido pelo governo de São Paulo e pelo governo federal na recuperação financeira das usinas.
— Assentar famílias custa muito menos, nada justifica gastar dinheiro com usinas falidas. Eles (governos) devem pensar nessas famílias que estão há mais de dez anos esperando por um lote de terra — disse ele,acrescentando que nenhum sem-terra recebeu terreno este ano. Cerca de cinco mil famílias estão acampadas na beira de estradas aguardando assentamentos, principalmente no Pontal do Paranapanema.
A Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL) é liderada por José Rainha Júnior, que rompeu com o Movimento dos Sem-Terra (MST). Além do campo, o movimento dissidente também atua nas cidades, atraindo os sem-teto.
Fonte: O Globo
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