A venda de energia elétrica e uma oferta robusta de cana-de-açúcar nesta safra 2014/15 deram o tom dos resultados do grupo sucroalcooleiro São Martinho no segundo trimestre da temporada, encerrado em 30 de setembro. A companhia, que controla quatro usinas no Centro-Sul, apresentou um lucro líquido de R$ 115,2 milhões, 89% acima dos R$ 60,8 milhões obtidos em igual trimestre de 2013/14.
A estiagem reduziu a oferta disponível de cana da companhia em 1 milhão de toneladas – mas, ainda assim, o guidance de moagem de 19,64 milhões de toneladas será cumprido, segundo o presidente da companhia, Fábio Venturelli. "Essa cana adicional deixaríamos para processar no ano que vem, mas foi perdida", afirmou o executivo.
O trimestre foi, no entanto, positivamente impactado pelo elevado volume de eletricidade produzido a partir do bagaço e que será vendido ao longo deste ciclo no mercado spot, cujos preços superaram o R$ 800 o megawatt-hora (MWh). "Dos 663 mil MWh que devem ser comercializados na safra, 200 mil serão no mercado livre", explicou o diretor de relações com investidores do grupo, Felipe Vicchiato. Ele mencionou que o preço médio da companhia no spot é de R$ 600 o MW, enquanto no mercado regulado é de R$ 170 MW.
No 2º trimestre, a companhia vendeu um volume 44% maior de eletricidade, a um preço médio 69% mais elevado. Com isso, a receita líquida obtida com esse produto subiu 143%, para R$ 62 milhões, em relação ao valor obtido em igual intervalo do ciclo passado (2013/14). A receita com açúcar recuou 15,6% na mesma comparação, para R$ 249,8 milhões, a com o etanol hidratado recuou 0,5%, a R$ 81 milhões, e a obtida com anidro caiu 40,3%, para R$ 87,3 milhões.
A receita total da companhia no trimestre caiu 14,4%, para R$ 526 milhões, montante que já inclui o reconhecimento de uma receita de R$ 13,5 milhões vindo do primeiro empreendimento imobiliário da companhia – o Recanto das Paineiras. "Esse reconhecimento é feito na medida em que se vendem lotes e avança a construção das obras de infraestrutura", afirmou Vicchiato.
Mesmo com a queda da receita do açúcar e do etanol (anidro e hidratado), a companhia conseguiu no trimestre, graças à eletricidade, um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) no segundo trimestre da safra 7,6% maior que em igual período de 2013/14, a R$ 256,9 milhões.
Esse resultado operacional, somado à receita não recorrente da venda da empresa Agropecuária Boa Vista – dentro da transação de compra do controle da usina Santa Cruz -, da ordem de R$ 50 milhões, é que impactaram positivamente o lucro líquido trimestral.
Em 30 de setembro, a dívida líquida da companhia havia subido 55,4%, a R$ 2,392 bilhões, em relação à posição de 31 de março. A maior necessidade de capital de giro e elevados estoques de açúcar e etanol justificam a maior parte dessa elevação, segundo Venturelli. "É preciso considerar, ainda, que concluímos a compra da usina Santa Cruz em agosto. Portanto, no referido trimestre, consolidamos 100% dos resultados dessa unidade dos meses de agosto e setembro, mas os ativos e passivos, entraram de uma só vez no balanço", explicou Venturelli.
A expectativa da companhia, afirma Venturelli, é, no entanto, terminar a safra 2014/15, em 31 de março do ano que vem, com um múltiplo de dívida líquida/Ebitda menor do que o atual, de 2,28 vezes.
Fonte: Valor
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