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A cana começa pela variedade

Setor amplia atenção sobre o tema variedades de cana e 8º Grande Encontro reúne mais de 700 participantes

A escolha da variedade certa para os diferentes ambientes de produção visando a maximização do potencial produtivo das mesmas, está sendo levado a sério pelo setor. Parece que cada vez mais, profissionais e empresas querem fugir do prejuízo da renovação antecipada e das baixas produtividades agrícolas dos canaviais em decorrência da escolha das variedades erradas. Todos ambicionam maiores ganhos por meio de variedades de alto potencial.

Uma prova dessa nova tendência foi o público presente ao 8º Grande Encontro de Variedades de Cana de Açúcar, realizado pelo Grupo IDEA, dias 24 e 25 de setembro, Ribeirão Preto, SP, mais de 700 pessoas. O evento contou com 17 palestras, proferidas por especialistas brasileiros e estrangeiros, além de representantes de empresas, unidades produtoras e centros de pesquisa, os quais abordaram o que há de mais novo em relação ao desenvolvimento e o manejo varietal canavieiro.

De acordo com o eng. agr. Dib Nunes, diretor do Grupo IDEA, que apresentou a interessante palestra de como realizar a gestão varietal com metas pré- estabelecidas, o encontro atendeu as expectativas e atingiu o propósito de mostrar os avanços nesta área além de promover reciclagem de conhecimentos e fomentar discussões capazes de auxiliar nas decisões estratégicas dos grupos canavieiros. O evento discutiu o desenvolvimento de novas variedades, tecnologias avançadas de manejo, combate a doenças e pragas, insumos para aumento de produtividade ,maturadores de cana e gestão agrícola com base nas variedades, entre outros temas.

O agrônomo Antônio Ribeiro Fernandes Junior, pesquisador da Ridesa/UFSCar (Estação Experimental de Valparaíso), explicou como tirar o melhor proveito das variedades RBs e apresentou novos clones RB superiores às variedades comerciais atualmente cultivadas. Na oportunidade, apresentou o Censo Varietal 2014 para os estados de SP e MS, que mostra que a variedade mais cultivada nesses estados continua sendo a RB86-7515, com 27,3% da área.



"As variedades RB ocupam as quatro primeiras posições de variedades mais plantadas nesses estados, somando, juntas, 54% da área", disse o pesquisador. Fernandes ressaltou ainda que a RB96-5902 vem ganhando muito espaço nos últimos anos. "Ela não é uma variedade precoce, mas de meio de safra". Segundo ele, esta variedade é resistente e possui elevado ATR no meio da safra além de se dar bem em ambientes favoráveis. Sobre os novos clones (pré-liberações), o pesquisador da Ridesa/UFScar destacou as características das novas variedades RB975952 (hiper precoce), RB985476 (média), RB975242 (tardia) e RB975201 (tardia), todas resistentes às principais doenças. As demais instituições de pesquisa também destacaram suas melhores variedades: O IAC através do pesquisador Marcos Landell apresentou as ultimas performances das novas variedades IAC91-1099 e IAC95-5000 além das novas IACSP97-4039 e IACSP96-7569 que estão com ótimas performances em diversas regiões produtoras do Centro Sul do Brasil.



O CTC destacou as suas principais variedades : CTC9001,CTC2, CTC4,CTC11,CTC 14,CTC15, CTC20 e CTC25 e a Monsanto/Canavialis apresentou os resultados das variedades CV7870 e CV7832, cujas performances estão superando as variedades mais cultivadas, como a RB867515, além de tomar o espaço da SP81-3250 que está condenada pela ferrugem alaranjada.

Ao final do evento um debate entre representantes dos grupos Raizen (Eng.Rodrigo Vinchi), GrupoUSJ (Adriano Pinheiro) e do Grupo Bunge (Eng. Rogerio Bremm), discorreram demoradamente, com a participação da plateia, sobre o manejo varietal praticado nestas empresas e emitiram suas opiniões sobre o que esperam das instituições de pesquisas canavieiras para hoje e para o futuro.



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Fonte: CanaOnline