A receita com as exportações do complexo soja do Brasil deverá cair 20,2 por cento no ano que vem na comparação com 2014, para 23,676 bilhões de dólares, devido a um recuo nos preços internacionais dos produtos, previu nesta quinta-feira a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), entidade que reúne as principais empresas do setor.
A renda somada dos embarques de soja em grão, farelo e óleo deverá cair pelo segundo ano seguido, após um recorde de quase 31 bilhões de dólares em 2013. Em 2014, a receita com as exportações do setor está projetada em 29,66 bilhões de dólares.
Uma queda de quase 6 bilhões de dólares nas exportações tem potencial para afetar a balança comercial brasileira, que fechou, por exemplo, o ano de 2013 com superávit de apenas 2,56 bilhões de dólares.
Somados, os embarques do complexo soja deverão compor o "principal produto" da pauta de exportações do Brasil este ano, superando até mesmo o minério de ferro, cujos preços estão em mínimas de cinco anos.
A queda nas exportações de soja e seus produtos deverá ocorrer apesar da expectativa de volumes recordes embarcados de soja em grão e farelo de soja, que deverão somar 48 milhões e 14,5 milhões de toneladas, respectivamente.
Isso porque os preços deverão despencar em meio a uma safra recorde de mais de 100 milhões de toneladas nos Estados Unidos, onde a colheita está começando, e também pelas perspectivas de uma nova produção histórica no Brasil em 2015, de 91 milhões de toneladas, segundo a Abiove.
Os preços médios da soja exportada, por exemplo, vão cair 26 por cento ante 2014, para 370 dólares por tonelada em 2015.
Já a cotação média do farelo exportado deverá recuar 26,7 por cento, para 330 dólares por tonelada, na mesma comparação. O valor do óleo exportado cairá 17,2 por cento ante 2014, para 720 dólares por tonelada.
Segundo a Abiove, os valores de venda estimados para 2015 preveem um bushel de soja em torno de 10 dólares, mais prêmios. O primeiro contrato na bolsa de Chicago está em torno de 9,22 dólares por bushel, não muito diferente dos vencimentos mais distante.
Para o secretário-geral da Abiove, Fábio Trigueirinho, a grande oferta global esperada deverá acirrar a concorrência entre os principais exportadores.
"Vai ser um ano de acirrada competição entre Brasil, Argentina e EUA", afirmou ele à Reuters.
Trigueirinho observou que a indústria pode trabalhar com preços altos ou baixos, e que a cotação mais baixa acaba sendo mais prejudicial às margens de rentabilidade do agricultor.
Fonte: Reuters
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