“Visitei a feira de petróleo e gás no começo da semana no Rio de Janeiro e saí de lá com a impressão de que a reeleição de Dilma Rousseff na Presidência da República, sepultará, em definitivo, o projeto de produção nacional de biocombustíveis” – De alto e experiente executivo de uma das instituições que reúnem usineiros
No final da tarde desta última quarta-feira, no Gran Mercure Hotel São Paulo Ibirapuera, dois eventos reuniram, isoladamente, alguns dos principais e mais destacados players da cadeia produtiva sucroenergética.
No primeiro, promovido pela Glencore, empresa multinacional anglo-suíça de commodities, com sede internacional em Baar, na Suíça, reuniu usineiros e dirigentes dos principais sindicatos de produtores de açúcar e etanol do país.
No outro, representantes da indústria de base e dos sindicatos dos trabalhadores da cadeia produtiva sucroenergética, se reuniram com todo o alto comando da campanha da ex-ministra Marina Silva à Presidência da Republica. O que foi discutido neste encontro a portas fechadas, que reuniu 15 pessoas e durou 3 horas, não se sabe.
Na reunião, a portas fechadas, não faltaram críticas a postura dos dirigentes da Única – União da Indústria da Cana-de-Açúcar, que insistem em se apresentar perante autoridades e a opinião pública, como “porta-vozes” de um setor onde representam, na verdade, apenas um dos seus quatro elos.
Esta postura afastou os trabalhadores das “Frentes Parlamentares em Defesa do Etanol”, que acabaram naufragando. Eles também lembraram que a presidente Dilma Rousseff justifica sua aversão aos usineiros a quem culpa pelo não cumprimento de contratos.
Foi também lembrado que Marina Silva e seu candidato a vice-presidente, deputado federal Beto Albuquerque (PSB-RS), anunciaram o apoio ao setor sucroenergético durante a visita que fizeram no último dia 28 de agosto à Fenasucro, em Sertãozinho.
O evento é promovido pela indústria de base, um dos elos da cadeia produtiva canavieira mais atingidos pela falta de encomendas e pela brutal inadimplência imposta por expressiva parte das usinas. E seu formato é completamente diferente dos eventos “chapa-branca” que a Única tem promovido e que levam o nada a lugar algum.
Com efeito, há de se louvar e apoiar, de todas as formas, o evento marcado para esta próxima quarta-feira, em Ribeirão Preto, quando, a partir das 6hs, trabalhadores e fornecedores de cana se reunirão na confluência da Rodovia Atilio Balbo com o Anel Viário e de lá marcharão, em carreata, a local já escolhido e mantido a sete chaves para não atrapalhar o impacto que certamente causará.
O movimento lembra o “Grito Pelo Emprego e Pela Produção de 1999”. Até porque seus organizadores são os mesmos. À época, o foco era a inação do então governo FHC (PSDB). Desta vez, será contra o PT e contra a falta de compromissos públicos da presidente Dilma Rousseff em relação ao setor que está mergulhado em sua pior crise de toda a sua história.
A crise, além de empurrar para pedidos de recuperação judicial 70 usinas e, levando-se em conta que outras 60 já deixaram de moer, está deixando um rastro de 300 mil desempregados só nos últimos 6 anos, segundo pesquisas da FEA-RP/USP. Os cerca de 1 mil municípios que produzem cana, também convivem com uma crise jamais vista.
Em Sertãozinho, por exemplo, a receita tributária vem caindo na proporção de 10% ao ano, as taxas de violência policial aumentam na mesma proporção, os bares e restaurantes registram queda de 60% em seus movimentos e a inadimplência dos consumidores dos serviços de água do município já alcançam 30%.
Portanto se você faz parte da cadeia produtiva sucroenergética ou se reconhece a importância deste setor para a sua região e para o país, compareça nesta 4ª feira ao ato marcado pelos trabalhadores e produtores de cana. Leve sua solidariedade e proclame também o seu grito a favor do emprego e da produção. As gerações futuras, certamente, lhe agradecerão.
Não sejamos omissos, vamos investir um pouco só do nosso tempo e da nossa energia em favor deste setor que está sendo demolido, humilhado e destroçado por um governo que ao mesmo tempo é acusado de ser o mais corrupto de toda a história brasileira. Não fique parado, venha e junte-se a este movimento que se inicia com o objetivo de marcar território e exigir respeito das autoridades (Ronaldo Knack é Jornalista e graduado em Administração de Empresas e Direito. É também fundador e editor do BrasilAgro; ronaldo@brasilagro.com.br)
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