Por Welson Gasparini
Na eleição passada um candidato pedia para votar nele usando como mote a frase “pior do que está não fica”. Como um dos coordenadores da Frente Parlamentar de Defesa do Setor Sucroenergético criada pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, diante da gravidade da crise que o assola – gerando desemprego de trabalhadores, prejuízo para os produtores de cana e falência para os empresários – sou forçado a admitir: o que já está ruim tende a ficar muito pior se o governo federal não assumir as responsabilidades a ele inerentes.
Em entrevista recente ao TV BrasilAgro (WEB TV www.brasilagro.com.br) o consultor Arnaldo Luiz Corrêa, da Archer Consulting, com objetividade, apontou a presidente Dilma Rousseff como responsável por essa tragédia envolvendo toda a cadeia produtiva sucroenergética.
Outros setores, segundo ele, também padecem em razão da falta de estratégias para alavancar o crescimento do país, mas no setor canavieiro é que os resultados são piores.
Medidas em curso no âmbito da Casa Civil do Palácio do Planalto, como o aumento da mistura de etanol anidro à gasolina dos atuais 25% para 27,5%, segundo ele, em nada atenuarão os efeitos da crise que já atinge duramente as gestões de mais de mil municípios canavieiros do país.
O quadro, efetivamente, é tétrico, conforme reportagem publicada no jornal “O Globo”, do Rio de Janeiro, em sua edição do último dia 22/07, mostrando números desalentadores: nos últimos dois anos, o setor de açúcar e etanol perdeu 60 mil empregos, 58 usinas fecharam as portas e, só neste ano, 12 delas deixaram de produzir.
Só na região de Ribeirão Preto, foram 5; as fábricas de Sertãozinho, que fornecem peças e equipamentos para usinas, já demitiram, segundo o Sindicato dos Metalurgicos daquela cidade, mais de 2000 trabalhadores desde o final de 2013, 70 deles (pela Dedini) foram desligados no último dia 3 de julho.
Pior de tudo é que não existe mercado de trabalho para esses profissionais qualificados, levando-os a uma situação desesperadora no âmbito de suas famílias. É o tipo da situação em que só existem perdedores; além do mais, ninguém pode se sentir feliz com a desgraça alheia. Vale lembrar um velho ditado espanhol que diz: "quando você vir as barbas de seu vizinho pegar fogo, ponha as suas de molho".:
Eu me preocupo muito com esse aspecto social, talvez o mais grave. Mais ainda porque o desemprego no setor metalúrgico leva ao desemprego no comércio e no setor de serviços que sofrem as consequências da perda do poder aquisitivo desses desempregados; as próprias prefeituras sentem queda nas suas arrecadações e cria-se, ai, um ciclo inegavelmente vicioso: o que já era ruim ficou pior e tende a piorar ainda mais....
A retomada econômica de um setor tão fundamental para o próprio país deveria ser encarada pelo governo federal como uma prioridade inadiável; este, asseguro, será o foco da Frente Parlamentar de Defesa do Setor Sucroenergético na continuidade dos seus trabalhos.
Pretendemos cobrar responsabilidade dos responsáveis e reclamar as medidas mínimas recomendadas pelo mais elementar bom senso, entre elas a deixar de fazer uso político do preço da gasolina em detrimento da produção do etanol e da própria Petrobrás, outro patrimônio do povo brasileiro ora ameaçado pela miopia dos nossos administradores (Welson Gasparini é deputado estadual (PSDB), advogado e ex-prefeito de Ribeirão Preto.
Fonte: Brasilagro
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