Biocombustível tem ganhado cada vez mais espaço no Brasil e contribui para mudanças climáticas e redução da poluição atmosférica.
Convivemos diariamente com o preço elevado dos combustíveis, e a tendência é que ele só aumente, assim como consumo destes produtos, que são fundamentais para a obtenção de resultados satisfatórios em todos os setores, desde agrícolas até industrial. De acordo com dados da Agência Internacional de Energia (AIE), aproximadamente 87% de todo o combustível consumido no mundo é de origem fóssil, ou seja, não renovável, por isso as reservas diminuem a cada ano.
Sendo assim, a necessidade por energias sustentáveis se explica por si só. Considerado ecologicamente correto e renovável, o biocombustível tem o CO2 liberado na sua queima e absorvido no crescimento na planta. Entre outros benefícios, é uma fonte de energia alternativa, já que diminui a dependência pelos combustíveis derivados do petróleo. Com vantagens agrônomas, o Brasil se torna um grande país produtor do biocombustível. Tem clima tropical, bastante luz, chuvas regulares, e outros.
O biocombustível tem cada vez ganhado mais espaço. A alternativa tem queima limpa, é produzido de recursos domésticos, renováveis. Embora não contenha petróleo, pode ser adicionado a ele, formando uma mistura.
Por todas as suas vantagens, o governo federal anunciou em maio deste ano a mistura obrigatória de 6% de biodiesel ao diesel vendido ao consumidor final. A normativa passou a valer em julho. Até novembro, a expectativa é de que o percentual chegue a 7%.
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse na época que “a elevação desse percentual está perfeitamente aliada à política brasileira de diversificação energética, com ênfase em energia renovável e limpa”. A ampliação do percentual de biodiesel torna possível a redução da emissão de 23 milhões de toneladas de gás carbônico até 2020. Com a mudança, informou o ministro, o país deixará de importar 1,2 bilhão de litros de diesel por ano.
Processo irreversível
José Debiasi é diretor de Logística e Marketing do Grupo GP Combustíveis. Ele confirma que a adição do “combustível verde” na gasolina e no diesel serve para conter a produção dos produtos derivados do petróleo. “Hoje, 1% de biodiesel que você coloca na mistura significa milhões de diesel a menos no meio ambiente”.
Quando as pessoas vão aos postos de combustíveis para abastecer, muitas delas não sabem que já estão trocando um produto altamente poluente por um que não é. Os 6% impostos pelo governo devem chegar logo a 10% e até 15%, diz o diretor Debiasi, “mas não virou ainda porque não tem produção para atender”. Ele acrescenta ainda que todo este processo é irreversível, pois até mesmo a tecnologia dos carros e dos caminhões também já necessita de combustíveis mais avançados. “É tudo uma questão de evolução”, acredita.
“Acho que a presença do biocombustível é irreversível, pode ser que o modo como foi apresentado não foi o mais simpático, mas foi a maneira que o país conseguiu de colocar a coisa em funcionamento.”
Crescimento no Paraná
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção da indústria do Paraná avançou 1,1% em abril, comparado a maio de 2014. No país, houve retração média de 0,2%, segundo a Pesquisa Industrial Mensal Regional – Produção Física (PIM-PF). Com esse resultado, a indústria paranaense eliminou parte da perda de 2,6% no acumulado do período março-abril.
Os ramos que influenciaram positivamente no Estado foram fabricação de máquinas e equipamentos, produtos químicos, petróleo e biocombustíveis e alimentos.
A Petrobras Biocombustível, por exemplo, ingressou no capital social da empresa BSBIOS Marialva Indústria e Comércio de Biodiesel Sul Brasil em dezembro de 2009, passando a deter 50% das ações da empresa. Aproximadamente 3.500 agricultores familiares, produtores de soja no Estado do Paraná, estão vinculados ao programa de suprimento agrícola da usina. Sua capacidade é de 127 milhões de litros de biodiesel por ano.
Renovação desde 2008
A Petrobras produz, a partir de fontes renováveis, o etanol e o biodiesel, dois dos principais biocombustíveis utilizados no Brasil, que contribuem para mitigar as mudanças climáticas e reduzir a poluição atmosférica.
Em 2008, criou-se a Petrobras Biocombustível, subsidiária que tem a missão de produzir biocombustíveis com responsabilidade social e ambiental. Operando de forma sustentável, agricultores contribuem do cultivo até a colheita das plantas utilizadas para a fabricação dos biocombustíveis nas usinas.
Para ampliar a produção, estão previstos investimentos de US$ 2,3 bilhões (dólares) até 2018.
Biocombustível para a próxima década
Um relatório de duas organizações internacionais mostra que a produção de gado e de biocombustível vai aumentar relativamente à produção de cereais na próxima década em todo o mundo.
No documento Perspectivas Agrícolas 2014-2023, da Organização para o Desenvolvimento e Cooperação Econômica (OCDE) e do Fundo das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), a alteração do padrão na alimentação humana e a procura crescente de biocombustível vão levar à menor produção de cereais primários, como o trigo e o arroz.
A atividade agrícola deverá voltar-se para a produção de cereais secundários, como aveia, milho, cevada e sorgo, e plantas oleoginosas, como soja e colza, para responder ao aumento da procura para alimentação e combustível.
Biodiesel
O biodiesel é um combustível biodegradável derivado de fontes renováveis como óleos vegetais e gorduras animais. Este biocombustível pode ser produzido no Brasil a partir de diferentes espécies oleaginosas, como a mamona, o dendê, a canola, o girassol, o amendoim, a soja e o algodão, além de matérias-primas de origem animal como o sebo bovino e gordura suína.
Utilizado isoladamente, ele também pode ser misturado ao diesel - desde 2010, todo o diesel comercializado no Brasil contém uma mistura de 5% de biodiesel, passando para 6% neste mês. A Petrobras também comercializa a borra (ou goma), a glicerina e o ácido graxo, subprodutos derivados provenientes do processo industrial.
As usinas próprias e parceiras da Petrobras Biocombustível possuem, no total, 821 milhões de litros/ano de capacidade de produção de biodiesel. O Ministério do Desenvolvimento Agrário concedeu às suas unidades o Selo Combustível Social e, além disso, a subsidiária implementa o Programa Cultivar, fornecendo aos agricultores visitas de técnicos e garantindo a compra da produção pelo preço de mercado.
Fonte: Diário do Sudeste
16 3626-0029 / 98185-4639 / contato@assovale.com.br
Criação de sites GS3