O aumento da produção de etanol de milho é bom para produtores, indústrias, governo e até assessorias de projetos. O programa, no entanto, caminha muito lentamente.
As indústrias flex de Mato Grosso --processam cana durante a safra e milho durante a entressafra-- moeram perto de 300 mil toneladas de grãos neste ano.
Nos próximos dois anos, todas as usinas do Estado deverão estar produzindo etanol tanto de cana-de-açúcar como de cereais, na avaliação de Glauber Silveira, diretor da Aprosoja e coordenador da comissão de milho de etanol, que estuda a viabilidade de produção e a busca de políticas públicas para o desenvolvimento desse setor.
Silveira diz que a utilização do etanol poderia ser bem maior no Estado. Atualmente, está restrita a apenas 23% de participação na utilização de combustíveis.
Para o coordenador dessa comissão, o fato de o mercado de combustíveis ser muito fechado prejudica a evolução do setor. Ele reconhece que o preço controlado da gasolina impõe limites à produção, mas considera que a comercialzação deveria ser mais livre entre usinas e pontos de abastecimento.
Ganhariam as usinas, que teriam remuneração melhor, e os consumidores, que pagariam menos pelo produto, incentivando o crescimento do mercado.
Esse consumo reduzido diminui o interesse de novas usinas no setor, principalmente as independentes --as que não estão associadas às usinas de cana-de-açúcar.
Mato Grosso é exportador de etanol, e, se esse produto voltasse aos 60% do total de consumo de combustível do Estado, o milho utilizado pelas usinas poderia subir para 4 milhões a 5 milhões de toneladas por ano.
Esse volume ajudaria a manter o preço do cereal no campo e a melhorar o caixa das usinas. Facilitaria também o BNDES a implementar seu plano de incentivos às usinas voltadas para a produção de etanol de milho.
Até o governo teria de destinar menos subsídios ao setor com programas de intervenção na comercialização.
Os benefícios chegariam também às indústrias de componentes para o setor, hoje com grande ociosidade.
Antonio Pádua Rodrigues, diretor da Unica, diz que a produção do etanol de milho padece do mesmo problema do de cana, a elevada taxa de de 25% de ICMS no Estado
Fonte: Folha de S. Paulo
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