O volume de cana-de-açúcar processado pelas unidades produtoras da região Centro-Sul do Brasil totalizou 37,98 milhões de toneladas na segunda quinzena de maio. Este volume é 6,85% superior ao registrado na mesma quinzena da safra 2013/2014 (35,54 milhões de toneladas), mas 2,44% menor em relação à primeira metade de maio de 2014 (38,93 milhões de toneladas).
No acumulado desde o início da atual safra até 1º de junho, a moagem alcançou 117,50 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, praticamente o mesmo valor observado em igual período de 2013 (117,68 milhões de toneladas).
Segundo o diretor técnico da UNICA, Antonio de Padua Rodrigues, “este recuo do processamento de cana decorre essencialmente do menor número de usinas em operação quando comparado à safra anterior, aliado às chuvas ocorridas ao final de maio”.
Até o final daquele mês 260 unidades produtoras estavam em operação na região Centro-Sul – das quais oito iniciaram safra na segunda quinzena de maio – contra 280 registradas na mesma data do ano anterior.
Em relação à quebra agrícola, esta atingiu cerca de 6,5% em maio, segundo estatísticas do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), principalmente em função da estiagem nos primeiros meses do ano. No acumulado desde o início da safra até o final de maio, o rendimento médio do canavial colhido na região alcançou 77,30 toneladas de cana-de-açúcar por hectare, redução de 8,84% comparativamente ao valor observado no mesmo período de 2013.
“Em algumas localidades do Centro-Sul esta queda da produtividade agrícola foi ainda mais acentuada, a ponto de algumas unidades reduzirem o ritmo de moagem para evitar o avanço da colheita sobre áreas de cana mais nova, com menos de 12 meses”, destacou o executivo. A expectativa é de que esta quebra agrícola persista e seja crescente, principalmente para a cana-de-açúcar disponível para colheita no último terço da safra, acrescentou Rodrigues.
Qualidade da matéria-prima
A quantidade de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) por tonelada de cana-de-açúcar atingiu 128,08 kg na última metade de maio - leve recuperação comparativamente aos 121,51 kg obtidos nos primeiros quinze dias do mês, mas queda de 2,74% em relação a mesma quinzena de 2013.
No acumulado desde o início da safra 2014/2015 até 1º de junho, o teor de ATR por tonelada de matéria-prima alcançou 118,68 kg por tonelada, 1,79% abaixo daquele verificado no mesmo período de 2013.
Produção de açúcar e etanol
Do volume total de cana-de-açúcar processado na segunda metade de maio, 56,20% destinou-se à fabricação de etanol, ante 58,34% apurados na mesma quinzena do último ano. No acumulado desde o início da safra 2014/2015, esta proporção alcançou 59,06%.
Com isso, a produção de etanol na última quinzena de maio atingiu 1,601 bilhão de litros (722,21 milhões de litros de etanol anidro e 878,93 milhões de litros de etanol hidratado), praticamente o mesmo volume verificado em idêntico período de 2013 (1,599 bilhão de litros). No acumulado desde o início da safra até 1º de junho, a produção somou 4,84 bilhões de litros. Deste montante, ligeiramente menor aos 4,88 bilhões de litros apurados na safra anterior, 2,90 bilhões de litros referem-se ao etanol hidratado e 1,94 bilhão de litros ao etanol anidro (expressivo aumento de 10,63% sobre 2013).
No caso do açúcar, a produção alcançou 2,03 milhões de toneladas na segunda metade de maio, ante 1,86 milhão de toneladas observadas em igual quinzena de 2013. Apesar deste crescimento, no acumulado desde o início da safra 2014/2015 até 1º de junho, a quantidade produzida totalizou 5,44 milhões de toneladas, permanecendo aquém daquela registrada no último ano (5,64 milhões de toneladas).
Vendas de etanol
O volume de etanol comercializado pelas unidades produtoras da região Centro-Sul somou 2,13 bilhões de litros em maio, expressivo aumento de 17,67% em relação a abril.
Este crescimento decorre da expansão das vendas ao mercado doméstico, que somaram 1,95 bilhão de litros, frente a 1,64 bilhão de litros apurados em abril. Já as exportações alcançaram 184,82 milhões de litros.
Deste volume total de 1,95 bilhão de litros destinado ao mercado interno, 1,090 bilhão de litros refere-se ao etanol hidratado. Este resultado é praticamente igual aquele apurado em maio de 2013 (1,089 bilhão de litros), mas representa uma forte alta de 11,08% comparativamente aos 981,36 milhões de litros comercializados em abril de 2014.
Para o diretor da UNICA, “este crescimento das vendas internas de etanol hidratado deve-se à resposta dos consumidores, proprietários de veículos flex, diante da recuperação da competitividade do produto frente à gasolina em alguns Estados”. De fato, dados levantados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) na última semana apontam que o uso do etanol hidratado combustível tornou-se economicamente vantajoso em relação ao consumo de gasolina no Paraná, Goiás e São Paulo.
As vendas domésticas de etanol anidro, por sua vez, somaram 859,22 milhões de litros em maio, aumento de 29,77% relativamente a abril (662,11 milhões de litros) e de 11,25% sobre maio de 2013 (772,32 milhões de litros). Este aumento fica mais evidente ao avaliar o volume comercializado na segunda quinzena de maio: nesse período, este volume totalizou 458,82 milhões de litros, alta de 14,59% na comparação com os primeiros 15 dias do mês e de 8,84% sobre a mesma quinzena da safra passada.
“Este aumento das vendas de etanol anidro carburante observada em maio relativamente ao mês anterior deve-se ao incremento das transferências do produto da região Centro-Sul para a região Norte-Nordeste, uma vez que não houve expansão significativa no mercado de gasolina neste período”, concluiu Rodrigues.
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Fonte: UNICA
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