Os preços da energia elétrica desabaram com as chuvas que caíram nas regiões Sul e Sudeste nas duas últimas semanas, voltando na sexta-feira para um patamar próximo de R$ 300 por MWh, o mais baixo já registrado desde a terceira semana de janeiro. O valor do megawatt-hora no mercado de curto prazo (spot) se manteve no teto permitido pelo órgão regulador, de R$ 823, desde fevereiro até a última semana de maio, em função da forte seca que atingiu o país durante a estação chuvosa.
Em junho, porém, o fenômeno climático El Niño começou se configurar com mais força, trazendo melhores perspectivas de chuvas no Sul e Sudeste.
A forte queda dos preços impactou positivamente as ações das distribuidoras, cujo caixa está sendo consumido pelos altos custos da energia este ano. Mas influenciou negativamente as ações da Cesp e Tractebel, que possuem megawatts disponíveis para vender no segundo semestre. Na sexta-feira, em um dia de euforia do mercado financeiro com as pesquisas eleitorais, que fizeram com que o Ibovespa subisse 3%, os papéis da Cesp recuaram 4%, para R$ 25,85, enquanto as ações da Tractebel caíram 0,8%, para R$ 34,12.
Todas as semanas, os custos do megawatt-hora são calculados, primeiramente, pelo Operador Nacional do Sistema (ONS), que divulga o Custo Marginal de Operação (CMO), e depois pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), que publica às sextas-feiras o Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), ou o preço da energia no mercado de curto prazo.
A CCEE só publicou o PLD no fim da tarde, mas, durante o dia, já havia sinais de que os preços cairiam para R$ 250 ou R$ 350 por MWh. O preço médio para esta semana foi fixado em R$ 318, 60 por MWh na região Sudeste, confirmando a tendência de queda registrada na semana passada, quando os preços já haviam recuado para R$ 580 por MWh.
Segundo traders, houve problemas em uma linha de transmissão de Itaipu, que prejudicaram o envio de energia do Sul para o Sudeste. Isso impediu que o CMO caísse ainda mais. Mas, segundo eles, ainda é cedo para prever se os preços continuarão em baixa. Fortes oscilações do CMO e do PLD são comuns devido à grande dependência do país na geração hídrica.
Segundo Carlos Caminada, diretor de risco da comercializadora de energia Econ, mesmo com a queda dos preços, o ONS não vai desligar térmicas nas próximas semanas. Essas unidades devem continuar funcionando para garantir o abastecimento de energia, sobretudo com a Copa do Mundo.
Pela lógica por trás do PLD, as usinas que geram um megawatt-hora mais caro do que os preços fixados teriam de ser desligadas, já que existe energia suficiente de outras fontes para atender o consumo. Mas as usinas térmicas continuarão sendo despachadas "por fora", ou acima do PLD, devido à atual situação do país, que é considerada crítica. Neste caso, afirma Caminada, os gastos com essas térmicas serão contabilizados no Encargo de Serviços e Sistema (ESS), conta que é paga por todos os agentes do setor
Fonte: Valor
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