Três novos estudos, elaborados por renomados pesquisadores em suas áreas de especialização, confirmam de forma detalhada os inúmeros impactos positivos para a saúde da população e a economia do País produzidos pelo uso em larga escala do etanol de cana-de-açúcar. Os trabalhos foram apresentados por seus autores em Audiência Pública solicitada pela Frente Parlamentar pela Valorização do Setor Sucroenergético realizada na quarta-feira (28/05) na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados, em Brasília (DF).
Os trabalhos foram produzidos pelo professor titular do Departamento de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto, Marcos Favas Neves; o pesquisador, médico e professor da Faculdade de Medicina da USP, Paulo Saldiva; e pelo pesquisador do Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético (Nipe) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Isaías Macedo. Todos foram apresentados em sessão presidida pelo coordenador da Frente Parlamentar, deputado federal Arnaldo Jardim (PPS-SP), com participação na mesa de abertura da presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Elizabeth Farina, entre outros representantes do setor sucroenergético.
Segundo Farina, estudos dessa natureza comprovam para o governo e a sociedade que as questões tão amplamente defendidas pelo setor sucroenergético tem embasamento científico e são mais verdadeiras. “Há tempos defendemos incentivos para uma indústria que é tão primordial para o País, não apenas economicamente, mas para a saúde e o bem estar de todos os brasileiros. É preciso que as pessoas parem e pensem no que está sendo feito com o etanol e a indústria da cana. Se ela for inviabilizada, não são apenas os empresários do setor os prejudicados mas também todos aqueles que dependem direta ou indiretamente da atividade canavieira, e de várias formas toda a sociedade” enfatizou a presidente da UNICA.
Impactos econômicos abrangentes
Ao detalhar o trabalho “A Dimensão do Setor Sucroenergético, Mapeamento e Quantificação da Safra 2013/2014,” Marcos Fava Neves enfatizou que mesmo com toda a potência energética do setor, o Brasil perde liderança mundial do etanol por causa de políticas públicas equivocadas. Ele destacou que a cadeia produtiva movimentou na última safra (2012/2013) US$ 107 bilhões, algo em torno de R$ 234,4 bilhões. Apenas com o biocombustível de cana, as exportações somaram US$ 1,67 bilhão, ou R$ 3,6 bilhões.
A indústria canavieira segue ainda com uma participação significativa na geração de renda, sendo responsável por cerca de 1 milhão de empregos diretos, número que atinge 3,6 milhões se computados também os indiretos e informais. Mas, apesar da importância da atividade canavieira para a economia do País, desde 2008 a indústria vem sofrendo com uma séria crise, agravada pela perda de competitividade do etanol dentro e fora do Brasil.
“Uma das evidências dos problemas na indústria sucroenergética é o fechamento de mais de 40 usinas nos últimos anos, causando desemprego e a queda na arrecadação dos municípios produtores,” explicou Fava Neves.
Questão de saúde pública
Paulo Saldiva destacou que a produção e uso do etanol não é apenas uma medida econômica, mas também importante fator de qualidade de vida. No estudo “Cenários de Mudança no Perfil de Consumo do Etanol/Gasolina e Impacto Epidemiológico Estimado em Saúde,” ele mostra que se todos os carros brasileiros rodassem apenas com o combustível fóssil, o Brasil teria um gasto adicional anual de R$ 430 milhões com a saúde pública. Por outro lado, se fosse mantido o mesmo nível de participação do etanol observado em 2009, de 31% da matriz nacional de combustíveis, o País, poderia ter uma economia adicional de R$ 68 milhões anuais nas despesas com saúde.
“Se os veículos usassem apenas gasolina, o número de internações por problemas respiratórios e cardiovasculares nos principais centros urbanos do País aumentaria em 9.247 e o de mortes, 1.384. Com o uso do etanol, em 31%, haveria uma redução de 505 internações e de 226 mortes por ano. Seria uma economia e tanto para o Brasil,” afirmou Saldiva.
A pesquisa levou em consideração dados de emissões nas regiões metropolitanas que concentram mais de 50% da população brasileira, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Vitória, Salvador e Recife.
Arma contra as mudanças climáticas
Já o estudo do de Isaías Macedo, “Quantificação da Redução de Danos Climáticos Decorrente de Processos para Mitigação das Emissões de Gases de Efeito Estufa,” destacou que os impactos dos combustíveis fósseis no clima causam custos econômicos substanciais. O etanol, por outro lado, é apontado como solução para reduzir as emissões dos gases causadores do efeito estufa.
Segundo Macedo, enquanto a EPA, a agência de proteção ambiental dos Estados Unidos, orienta que o uso de gasolina gera danos de US $0,116 por litro consumido, o equivalente a R$ 0,27 por litro, no Brasil o governo incentiva o consumo da gasolina em detrimento do biocombustível, que quando comparado com o combustível fóssil, reduz em até 90% as emissões de CO2.
Para o criador e líder da Frente Parlamentar pela Valorização do Setor Sucroenergético, o deputado Arnaldo Jardim (PPS), o País anda na contramão de outros que aplicam ou estudam medidas para reduzir o uso de combustíveis fósseis. “Enquanto outras nações estabelecem políticas para reduzir os subsídios para combustíveis fósseis, o Brasil está incentivando o uso da gasolina e jogando fora uma alternativa sustentável limpa, como o etanol,” justificou o parlamentar.
Fonte: UNICA
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