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Ex-ministro quer debater agronegócio com presidenciáveis | Assovale - Associação Rural Vale do Rio Pardo

Ex-ministro quer debater agronegócio com presidenciáveis

O ex-ministro da Agricultura e atual presidente do conselho deliberativo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Roberto Rodrigues, afirmou na semana passada em evento no Rio Grande do Sul que está articulando um documento com diferentes cadeias do agronegócio para discutir com os três principais pré-candidatos à Presidência da República - Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB). "Como coordenador do Centro de Agronegócio da FGV e presidente da Academia Nacional de Agricultura, convidei um conjunto de técnicos com experiência para preparar um rascunho que fica pronto hoje e será enviado a partir da semana que vem a todas as entidades de classe do agronegócio, de diferentes cadeias produtivas", afirmou.
Segundo ele, o objetivo é obter informações específicas de cada segmento do agronegócio para chegar a um plano denso de demandas, que aborde assuntos gerais, como a política comercial brasileira, meio ambiente e sustentabilidade, mas também contemple questões específicas de cada cadeia.
Ao longo do mês de junho o "programa de governo", como é chamado por Rodrigues, será discutido com os representantes dos diferentes segmentos do agronegócio. De acordo com o ex-ministro, entidades como a Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Sociedade Rural Brasileira já estão comprometidas com o projeto, e as demais serão instadas daqui para frente. "A Frente Parlamentar da Agricultura vai se incorporar à discussão junto conosco, até porque o projeto prevê a revisão de muitas leis", explicou. No mês de julho, quando as demandas estiverem reunidas, ele levará o debate para as assessorias dos três presidenciáveis. "Queremos saber quais pontos vitais cada um vai se comprometer a trabalhar."

Rodrigues disse que Aécio Neves e Eduardo Campos já sabem da iniciativa e se dispuseram a participar. "Eles mesmos nos procuraram para dizer que queriam incorporar questões importantes do agronegócio nos seus programas", contou. Com a presidente Dilma Rousseff ele ainda não falou diretamente, mas espera que a senadora Kátia Abreu, presidente da CNA, que tem se aproximado de Dilma, atue como interlocutora. "Esse tipo de iniciativa sempre foi feita, mas os candidatos nunca aceitaram. Agora eles estão pedindo. Essa é a novidade", afirmou. "Além disso, antes os planos apresentados eram muito díspares, cada cadeia fazia a sua, isso era um problema. Agora a expectativa é termos uma integração."
Roberto Rodrigues esclareceu que o projeto encabeçado por ele não tem relação com a reunião que a presidente Dilma Rousseff deve manter hoje, às 19h30, com 40 lideranças do agronegócio no Palácio da Alvorada, em uma ação para tentar selar o apoio dos ruralistas à sua campanha de reeleição. "O encontro de hoje é mais conjuntural. O nosso projeto é mais de longo prazo", disse. Segundo ele, não significa, no entanto, que as demandas que estão sendo levantadas por esses representantes não possam contribuir para a elaboração do documento articulado por ele. O ex-ministro participou hoje do 10º Agrimark Brasil, em Porto Alegre, que tem como tema "O Agronegócio Pós 2014".

Ex-ministro Cirne Lima cobra melhoria em infraestrutura
O engenheiro agrônomo Luiz Fernando Cirne Lima, ministro da Agricultura entre 1969 e 1973 no governo Médici, cobrou nesta sexta-feira investimento em infraestrutura para escoamento da safra agrícola brasileira. Para ele, o que cabe ao setor público constitui o grande drama do agronegócio brasileiro. 'Não temos logística nem infraestrutura para a agricultura', disse durante sua participação no 10º Agrimark Brasil, em Porto Alegre, que tem como tema 'O Agronegócio Pós 2014'.
Para ele, é 'inadmissível' que caminhões carregados com soja deixem Rondonópolis, em Mato Grosso, em direção a São Paulo, e, ao encontrar o porto de Santos congestionado, tenham de seguir viagem até o porto de Rio Grande (RS). 'Claro que temos que aumentar a produtividade nas lavouras, mas o governo precisa cumprir um pouco a sua parte', disse. 'Nossa produtividade média é superior à dos Estados Unidos em soja e algodão, somos inferiores somente em milho. Mas a infraestrutura norte-americana é que faz a diferença'.

Turra defende aumento nas exportações de frango processado
O presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (Abpa), Francisco Turra, estimou nesta sexta-feira, 23, que um crescimento de 5% ao ano nas exportações de frango processado renderia ao Brasil US$ 500 milhões a mais de receita com os embarques ao exterior. Turra disse que hoje, de todo o volume exportado pela indústria brasileira de frango, somente 5% corresponde ao produto processado. 'Esse porcentual deveria chegar a 30% ou 40%', afirmou.
Ao participar nesta sexta do 10º Agrimark Brasil, em Porto Alegre, que tem como tema 'O Agronegócio Pós 2014', Turra afirmou que o Brasil vive um momento crítico de perda de competitividade por causa de problemas logísticos e entraves burocráticos. Segundo ele, o custo de produção do frango, por exemplo, que em 2002 era bem menor no Brasil do que nos Estados Unidos, hoje está praticamente igual nos dois países. Ao lado de ex-ministros da Agricultura - Turra ocupou o cargo no governo Fernando Henrique Cardoso - o executivo da Abpa defendeu a adoção de uma política que agregue valor às exportações brasileiras. 'O Brasil tem que deixar de festejar a exportação de suínos e grãos. Nós nos contentamos com a exportação de commodities', disse.
De acordo com Turra, às vésperas da Copa do Mundo está havendo um aquecimento do mercado interno de aves. 'Como o mercado externo também vai bem, devemos continuar avançando em termos de volume e receita este ano', disse. A previsão para 2014 é de um crescimento de 4% da produção.
No caso da indústria de suínos, ele afirmou que existe a expectativa, nas condições atuais, de que o Brasil passe a aproveitar o momento 'muito especial' do setor. 'Falta suíno em vários mercados. Temo, inclusive, que a produção seja pequena para atender à demanda', afirmou.

Campanha na TV fez venda de carne aumentar 20%, diz Pratini, da JBS
Ao defender o uso do marketing como forma de promover o agronegócio brasileiro, o ex-ministro da Agricultura Marcus Vinicius Pratini de Moraes, membro do Conselho de Administração da JBS, disse nesta sexta-feira que as vendas de carne da empresa aumentaram 20% em duas semanas com a recente campanha de publicidade veiculada na televisão aberta. 'Vocês viram na TV que a empresa contratou artistas de TV, até alguns que não eram tidos como comedores de carne', brincou em evento em Porto Alegre, referindo-se à participação do cantor Roberto Carlos em comercial da marca Friboi, da JBS. 'Marketing funciona. Não apostar em marketing é uma das grandes deficiências do Brasil.'
Segundo ele, o País deveria usar o marketing como instrumento de promoção e de melhoria de renda das cadeias do agronegócio. 'É preciso agregar valor aos produtos, e uma boa publicidade faz isso', disse.

Pratini de Moraes, que participou do 10º Agrimark Brasil, cujo tema era 'O Agronegócio Pós 2014', também criticou a estrutura logística brasileira que, segundo ele, prejudica a distribuição dos produtos em todo o País. 'Está na hora de fazermos o grito do transporte. Cada dia é uma greve aqui, uma greve ali, aumento do preço do trem lá', afirmou. 'Nós não podemos sujeitar a nossa produção agrícola à falta de frete.'


Fonte: Agência Estado

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