O mercado internacional da soja registra novas altas nesta quinta-feira (22) na Bolsa de Chicago. No pregão regular, por volta das 11h50 (horário de Brasília), os principais contratos subiam entre 16,75 e 18,25 pontos, com o vencimento julho/14, o mais negociado nesse momento, valendo US$ 15,23 por bushel, e assim, os preços chegaram aos melhores patamares em 11 meses. Uma junção de fatores tem estimulado esse avanço das cotações. Abaixo, alguns fatores resumem o atual momento do mercado. Frente a esse cenário, os preços da soja nos portos brasileiros e no mercado interno também começam a ganhar um reflexo positivo. Para o produto da temporada 2013/14, em Rio Grande, a saca da soja chegou a bater nos R$ 73,00 e, em Paranaguá, R$ 74,00. "Começam a aparecer os melhores momentos do ano safra com esses preços", afirma Vlamir Brandalizze. Já a safra nova - 2014/15 -, também em Rio Grande, foi negociada entre R$ 67,50 e R$ 68,00/saca.
* NOVA RESISTÊNCIA PARA O VENCIMENTO JULHO - ENTRE US$ 15,50 E US$ 15,70/BUSHEL
Pra chegar aosUS$ 16,00 são necessárias novas notícias, como um problema de safra na Argentina e perdas na produção por conta do excesso de chuvas. Até o momento, no país, apenas 70% da área foi colhida, contra 90% dos anos anteriores, segundo explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting. Caso contrário, o mercado já conhece e reconhece o quadro de fundamentos de oferta e demanda e, ao se aproximar desses novos valores de resistência, os fundos de investimentos são estimulados a realizar lucros, provocando baixas pontuais nas cotações.
* USDA - RELATÓRIO DE EXPORTAÇÕES SEMANAIS DOS EUA - SAFRA VELHA
O boletim de vendas para exportações semanais foi divulgado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) e trouxe mais vendas para soja em grão, farelo e óleo pelos Estados Unidos, confirmando o vigor da demanda mundial pelos produtos norte-americanos. De acordo com os dados do boletim, o quadro é de pouca disponibilidade não só para o grão, mas tampém pelos derivados. No caso da soja em grão, a estimativa do USDA para as exportações em todo o ano comercial já foi largamente superada e a temporada só se encerra em agosto. Na última semana, foram exportadas 164,4 mil toneladas, enquanto o mercado esperava algo em torno de 80 mil. Veja os números do departamento norte-americano para esta quinta-feira referentes à semana que terminou no último dia 15 de maio.
Desse total de 41,3 mil toneladas de óleo exportado pelo Estados Unidos, 40 mil toneladas foram destinadas à China, fato que não é comum no caso desse produto.
Segundo Brandalizze, diante desses números, o que se espera é que no próximo boletim de oferta e demanda O USDA aumente as estimativas para essas exportações "para que as contas fechem". Ainda de acordo com o que explica o consultor, há uma grande demanda, principalmente na China, por carnes, ovos, leite e queijos, o que fatalmente aumente a demanda por soja em grão, que é matéria-prima para todos esses produtos, principalmente por meio do farelo de soja. Assim, aumento da produção nos EUA e na América do Sul na próxima temporada faz com que os preços desses produtos cheguem consumidor final mais atrativos, provocando um aumento da demanda.
BRASIL E ARGENTINA - No Brasil, a situação da oferta também tem se apertado bastante, mas, nesse momento, além dos EUA, os produtores brasileiros são um dos poucos com a commodity ainda disponível, já que, na Argentina, os sojicultores têm evitado efetivar novas vendas diante de um momento ainda desfavorável - com o peso extremamente desvalorizado diante do dólar - e com cerca de US$ 5,00 por bushel ficando para as chamadas retenciones, o imposto de 35% pago pelo sojicultor argentino pela soja exportada, ainda segundo Brandalizze. No entanto, no Brasil a situação da oferta também começa a se ajustar, com as exportações acontecendo em um bom ritmo e com uma demanda interna também bastante aquecida.
Fonte: Notícias Agrícolas // Carla Mendes
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