A moagem de cana do centro-sul do Brasil somou 40,3 milhões de toneladas no acumulado da safra 2014/15 até 1º de maio, redução de 3,4 por cento ante o mesmo período da temporada passada, disse nesta terça-feira a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).
O início lento na moagem da safra no maior produtor global de açúcar elevou os contratos futuros da commodity na bolsa de Nova York nesta terça-feira, disseram operadores. O vencimento julho operava com ganhos de mais de 2,7 por cento por volta das 11h35 (horário de Brasília).
"Houve atraso no início de safra por muitas unidades produtoras", disse a Unica, em nota.
O levantamento abrange o primeiro mês oficial da moagem na região, que começou em 1º de abril.
A Unica citou problemas climáticos, que reduziram o tamanho da safra na temporada, e dificuldade financeira em várias unidades, que atrasaram a manutenção e a entrega de equipamentos.
Em janeiro, a associação havia estimado que 256 usinas entrariam em funcionamento até o fim de abril, mas apenas 215 começaram a moer no período, contra 236 usinas em operação no primeiro mês da safra 2013/14.
"Várias usinas postergaram o início de safra devido às condições climáticas, em alguns casos reduzindo a estimativa da oferta de cana", disse na nota o diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues.
Os problemas financeiros, que se traduzem em redução dos tratos culturais e de manutenção, além da previsão de um segundo semestre mais chuvoso que o normal, "podem comprometer a moagem ao longo dos demais meses", disse o executivo.
"Os números são altistas. Eu acho que as pessoas estavam pensando que a produção seria maior nesta temporada, mas todas as medições são mais baixas", afirmou o analista Bruno Lima, da INTL FCStone no Brasil, no intervalo de uma conferência do setor em Nova York.
Com menos cana sendo esmagada e uma priorização da produção de etanol, o volume deaçúcar produzido até o momento na safra caiu 13,3 por cento, para 1,47 milhão de toneladas, na comparação com o mesmo período de 2013.
Já a produção total de etanol avançou para 1,641 bilhão de litros, alta de 1 por cento ante o acumulado da temporada passada.
A produção de etanol anidro (misturado à gasolina) subiu 31,3 por cento, para 524 milhões de litros, enquanto a de etanol hidratado (para uso diretamente nos veículos) caiu quase 9 por cento, para 1,12 bilhão de litros no período.
Os dados da segunda quinzena de abril contrastam com os registrados na primeira metade do mês passado, quando o tempo seco e a antecipação das atividades de muitas unidades, na comparação com o ano anterior, permitiu uma produção de açúcar e etanolrelativamente maior.
O fato de muitas usinas ainda não estarem em operação na segunda quinzena do mês, contrariando expectativa da própria Unica, ocorre numa safra que deverá cair cerca de 5 por cento na comparação com a temporada anterior, por conta da severa seca que atingiu as principais regiões produtoras no início do ano.
Fonte: Reuters
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