Defasagem entre custo de produção e recebimento por tonelada do produto chega a R$ 30,00.
Representantes do Programa de Educação Continuada em Economia e Gestão de Empresas (Pecege) estiveram nessa segunda-feira (05), na sede da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), para colher dados e informações sobre custos de produção da cana-de-açúcar no Estado. O levantamento, feito junto com representantes do Departamento Técnico da Asplan, constatou que a diferença do custo de produção da tonelada de cana frente ao que se recebe pela matéria-prima, entre 2012 e 2014, atingiu a marca de R$ 30,00 de defasagem.
Segundo o coordenador do Departamento Técnico da Asplan, Vamberto Rocha, o custo para se produzir uma tonelada de cana-de-açúcar na Paraíba, atualmente, é de R$ 93,00, enquanto que a média recebida pelo fornecimento da mesma quantidade da matéria-prima foi de apenas R$ 62,00. “Trabalhamos com uma diferença negativa de cerca de R$ 30,00”, lamenta Vamberto. Ele explica que para tentar equilibrar receita e despesa, o produtor canavieiro, nos últimos anos, tem diversificado a cultura, está cada vez mais endividado, diminuindo o uso de tecnologias e se valendo do adiantamento das indústrias e do pagamento da subvenção para sobreviver. O custo de produção engloba o valor da mão de obra, dos insumos utilizados e os custos com a colheita da cultura.
O presidente da Asplan, Murilo Paraíso, reforça que o setor involuiu e que é preciso que haja políticas públicas permanentes para estimular a produção canavieira, principalmente, no Nordeste. “A situação piorou nas duas últimas safras, tivemos seca, chuva fora de época, nos deparamos com uma política federal que não privilegia o álcool que é um combustível limpo, lidamos com aumentos nos insumos, na mão de obra, ou seja, nos custos da produção, e o valor recebido pela matéria-prima está abaixo dos investimentos”, desabafa Murilo. Ele lembra que nesta quarta-feira (07), em Brasília, será votada a MP 635 que é muito importante para o setor canavieiro. “Essa MP inclui uma emenda que assegura o pagamento de uma nova subvenção econômica para os canavieiros do Nordeste”.
Sobre o Pecege
O Programa de Educação Continuada em Economia e Gestão de Empresas (Pecege), vinculado à Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”(Esalq) da Universidade de São Paulo (USP), com o apoio da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) tem o objetivo de pesquisar e apresentar, de forma detalhada, os custos agroindustriais do setor canavieiro para os sistemas de produção de fornecedores de cana e usinas produtoras de cana, açúcar e etanol. Os dados são coletados nacionalmente e agregados em três regiões: Centro-Sul Tradicional (SP e PR), Centro-Sul Expansão (MG, GO, MS e MT) e Nordeste (AL, PE, PB).
Os resultados dos levantamentos contendo o detalhamento tecnológico, indicadores de produção, níveis de preços e evolução desses fatores podem ser acessados pelos participantes da pesquisa através do Portal de Informações Sucroenergéticas do Pecege, disponível em www.pecege.esalq.usp.br/portal. Os levantamentos de custos são feitos em usinas, associações de fornecedores de cana-de-açúcar, sindicatos, federações, fabricantes de equipamentos, centros de pesquisa, fornecedores de insumos e financiadores desses estudos.
Fonte: Brasilagro
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