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Grupo São Martinho adquire o controle da usina Santa Cruz | Assovale - Associação Rural Vale do Rio Pardo

Grupo São Martinho adquire o controle da usina Santa Cruz

Depois de entrar no capital da usina Santa Cruz em outubro de 2011, com uma participação de 32,5%, o grupo São Martinho, um dos maiores do segmento sucroalcooleiro no país, anunciou ontem que assumirá o controle da unidade, localizada em Américo Brasiliense (SP), a uma distância média de 50 quilômetros de suas outras duas plantas no Estado de São Paulo. Em uma transação que envolve assunção de dívidas e venda de terras, a São Martinho agregará uma participação adicional de 56,05% e, como atualmente já tem 36,09%, ficará com 92,14% da nova controlada.
O negócio foi fechado por R$ 315,8 milhões, mas também transfere à São Martinho dívidas equivalentes a R$ 365,4 milhões. O desembolso efetivo, no entanto, será de R$ 119,9 milhões, valor a ser quitado em dez parcelas anuais corrigidas pelo CDI. Uma outra parte, de R$ 195,9 milhões, será paga com ações da Agro Pecuária Boa Vista, pertencente à Santa Cruz e da qual a São Martinho detém 34,29%. A Agro Pecuária Boa Vista tem 20 mil hectares no Estado de São Paulo, dos quais 6,9 mil pertencem ao grupo São Martinho.
A participação adicional de 56,05% foi avaliada em R$ 315,8 milhões - R$ 277,5 milhões referentes ao valor da usina e R$ 38,3 milhões a uma fatia de 56,05% da fazenda de 2 mil hectares que abriga a planta industrial e uma área de plantio de cana. A transação foi feita com o acionista majoritário da Santa Cruz, a Luiz Ometto Participações, holding controlada por Luiz Cera Ometto, que também é vice-presidente do conselho da São Martinho.
Com o braço agropecuário, a São Martinho firmou um contrato de arrendamento por 20 anos. Pelo acordo, serão fornecidas nesse período 1,4 milhão de toneladas de cana-de-açúcar por safra para a Santa Cruz, o equivalente a 30% da demanda da usina pela matéria-prima. Na safra 2013/14, a Santa Cruz processou cerca de 4,5 milhões de toneladas de cana.
Com a nova tacada, a São Martinho espera alcançar uma sinergia anual da ordem de R$ 40 milhões. "Agora, com o controle, conseguiremos implementar uma gestão agrícola e capturar mais sinergia. Há uma intersecção entre os canaviais da Santa Cruz e das nossas outras unidades. Em alguns casos, pode ser mais vantajoso trocar cana entre as unidades. Mas isso só será possível agora, com o controle", disse Fábio Venturelli, presidente da São Martinho, conforme adiantou o Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor.

De acordo com o diretor financeiro da São Martinho, Felipe Vicchiato, a sinergia prevista será obtida ao longo de sete anos, já que a maior parte dela virá da área agrícola. Os ajustes em canaviais costumam demorar todo um ciclo da cana, que é de cinco a seis anos, afirmou Vicchiato.

A partir do fechamento da operação, que deverá acontecer até agosto próximo, a São Martinho vai elevar seu processamento de cana das atuais 17 milhões de toneladas por safra - volume que já inclui o que o grupo tem direito a partir da participação de 36,09% já existente na Santa Cruz - para cerca de 20 milhões de toneladas.

Nessa mesma lógica, a produção de açúcar do grupo poderá aumentar de 1,133 milhão para 1,353 milhão de toneladas. A de etanol anidro, biocombustível misturado à gasolina, passará de 383 milhões para 446 milhões de litros, enquanto a de hidratado, usado diretamente nos tanques dos veículos, sairá de 269 milhões para 295 milhões de litros. Já a produção de energia elétrica deverá crescer para 673 mil Megawatts-hora (MWh) por ano.

Com a transação, o grupo São Martinho também verá subir para R$ 2 bilhões sua dívida bancária - que, em 31 de dezembro de 2013, último dado público disponível, estava em R$ 1,6 bilhão. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), que foi de R$ 7,63 milhões nos doze meses encerrados em 31 de dezembro de 2013, alcançaria R$ 8,92 milhões se a participação adicional na Santa Cruz já tivesse sido incorporada (Proforma).

Igual raciocínio se estende ao impacto do negócio na receita líquida do grupo. No período de nove meses encerrado em 31 de dezembro, a receita atingiu R$ 1,533 bilhão, mas teria alcançado R$ 1,781 bilhão com a participação adicional de 56,05% anunciada ontem na usina Santa Cruz.

Com a transação, a São Martinho também verá sua alavancagem - medida pela relação entre a dívida líquida e o Ebitda - subir para 2,28 vezes, ante 2,1 vezes em 31 de dezembro do ano passado.
Na visão de Venturelli, fechar essa operação foi um marco importante para a companhia. "É muito difícil adquirir um ativo tão bem estruturado e com tantas similaridades como foi a Santa Cruz para o grupo São Martinho", observou o executivo.

O momento da aquisição também foi considerado o ideal. "Vínhamos de uma geração de caixa robusta e com resultados positivos. Por outro lado, a Luiz Ometto Participações decidiu focar sua atuação no portfólio de terras. Foi um bom momento para ambos", afirmou Venturelli.
No terceiro trimestre da safra 2013/14, encerrado em 31 de dezembro de 2013, a São Martinho registrou lucro líquido de R$ 32,9 milhões, 350,7% acima dos R$ 7,3 milhões registrados em igual período do ciclo anterior.

Alta de 65% no valor das terras
O grupo São Martinho também informou ontem a investidores que foi concluído um novo laudo de avaliação de suas terras, que somam 58,2 mil hectares distribuídos no Estado de São Paulo.

Em 28 de fevereiro, as terras foram avaliadas pela consultoria Deloitte em R$ 3,1 bilhões, o que significou uma valorização de 65,4% em relação à avaliação anterior, feita em 2009. O método usado no levantamento contemplou apenas a "terra nua" - ou seja, não considerou construções e benfeitorias, máquinas ou equipamentos.

O presidente da São Martinho, Fábio Venturelli, afirmou que o novo laudo traz uma valorização patrimonial equivalente a R$ 10 por ação. Ontem, antes do anúncio de valorização das terras, as ações da companhia haviam encerrado o pregão na BM&FBovespa a R$ 32,51, queda de 1,48%.

Venturelli afirmou não saber como o mercado reagirá diante desse novo laudo, mas disse acreditar que essa alta do valor das terras ainda não está "precificada" no atual valor dos papéis da São Martinho.
No ano passado, o grupo separou de seu portfólio de terras cerca de 1,5 mil hectares localizados em regiões mais próximas de áreas urbanas - e que podem ser, "potencialmente", demandadas para empreendimentos industriais e imobiliários.

"Temos um plano diretor para vender esses 1,5 mil hectares em um prazo de 15 anos", afirmou Venturelli. Conforme ele, o valor do hectare no mercado imobiliário é muito maior do que no meio rural. "O preço médio do hectare em uma área urbana de Limeira [SP] é de R$ 350 mil. Na área rural, cai para R$ 50 mil", compara o executivo


Fonte: Valor

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