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Parcerias impulsionam agricultura de precisão | Assovale - Associação Rural Vale do Rio Pardo

Parcerias impulsionam agricultura de precisão

Imagine que você é um agricultor que precisa definir o plantio de uma safra, sujeita a intempéries, oscilações de preços e outras variáveis. Agora imagine ter todas as informações de suas lavouras em tempo real, de modo a facilitar suas escolhas e antecipar possíveis problemas. É o que prometem empresas de insumos com a evolução da chamada agricultura de precisão, que nos últimos anos automatizou processos e ajudou a garantir elevações de produtividades e reduções de custos.

Para acelerar a captação e a difusão das informações obtidas no campo nessa nova etapa, as companhias apostam em parcerias para compartilhar os dados coletados e multiplicar seu alcance. A DuPont Pioneer criou uma plataforma nesse sentido, a "Encirca", e mesmo antes dela ter sido lançada, no início deste ano, a também americana John Deere, de máquinas agrícolas e de construção, fechou acordo para participar do projeto. Com as informações geradas pela "Encirca", a DuPont estima que poderá ter um fluxo adicional de receita de US$ 500 milhões por ano na próxima década. O faturamento global de sua área agrícola foi de US$ 11,5 bilhões em 2013.

A plataforma reúne serviços capazes de ajudar os produtores a tomar decisões sobre irrigação, aplicação de fertilizantes e comercialização de grãos, entre outras, e conta com colaborações públicas e privadas - como as da John Deere. Joe Foresman, diretor de serviços da DuPont, afirmou ao Valor que a companhia está em negociações com outras empresas para levar adiante o trabalho. Segundo ele, em 2013, a múlti mapeou e fez descrições analíticas para produtores rurais em mais de 1 milhão de hectares nos Estados Unidos.

A John Deere, por sua vez, também está lançando no Brasil o "Farm Sight", plataforma que contempla o fornecimento de produtos, tecnologia e serviços a partir da conexão remota das máquinas à internet. Segundo André Salvador, gerente de implementação de soluções integradas da John Deere para a América Latina, a empresa está preparando concessionários e clientes para a tecnologia, que se consolida nos EUA e, no Brasil, está disponível para a área de cana e logo chegará aos grãos.
No futuro, diz, as sementes terão um chip e as máquinas reconhecerão de onde elas vieram e como devem ser plantadas em uma região específica. No monitor dos tratores, por exemplo, haverá informações sobre a semeadura que poderão ser disponibilizadas ao dono da fazenda, da máquina, ao concessionário ou à empresa de semente ou de fertilizantes que, de sua parte, poderão fornecer suas próprias orientações.

No mês passado, a John Deere, que no primeiro trimestre de seu atual exercício registrou vendas líquidas globais de US$ 7,6 bilhões, também fechou uma parceria com a Bayer CropScience para o compartilhamento de dados e orientações ao produtor. Outras grandes multinacionais de máquinas também se movimentam na mesma direção. É o caso da CNH Industrial, para a qual a informação vai se transformar em um insumo para a agricultura tão importante quanto o fertilizante, como diz seu gerente de marketing de agricultura de precisão para a América Latina, Gregory Riordan.

Ele observa que, antes, os dados eram coletados manualmente, o que abria espaço para uma maior margem de erro, mas que, com o avanço da tecnologia, hoje já é possível descobrir um problema antes que ele se manifeste. Mas, para que o produtor mergulhe nessa nova era, ainda há questões que precisam ser resolvidas. Uma delas é a privacidade dos dados obtidos por meio das parcerias e do compartilhamento.

Muitos produtores temem o uso inadequado dessas informações, e para discutir o assunto alguns fóruns começam a ser criados. Um deles é coordenado pela Universidade de Purdue, nos EUA, que já inclui empresas de sementes, bioquímicos e máquinas - entre elas a própria CNH. Embora as empresas reconheçam que os dados são daqueles que os geram, o grupo debate quais informações relevantes poderão ser compartilhadas, de forma padronizada, e o que será feito para "proteger" essas informações.

A americana Monsanto, líder global em sementes e biotecnologia, definiu há cerca de três anos que também investiria fortemente em agricultura de precisão. Além de ter adquirido em seu país a Precision Planting, de equipamentos específicos para agricultura de precisão, em outubro de 2013 a múlti comprou, por US$ 930 milhões, a The Climate Corporation, que comercializa seguros agrícolas e faz recomendações com base no clima.

Com essas aquisições, a Monsanto passou a oferecer aos agricultores, nos EUA, informações como o melhor período para o plantio ou o uso adequado de insumos visando ao melhor desempenho das sementes. E, conforme Eduardo Bezerra, diretor-financeiro da empresa no Brasil, o país será o segundo alvo da estratégia, a partir de uma plataforma que está sendo estruturada. A Monsanto já tem uma parceria no Brasil com a Stara para disponibilizar equipamentos como distribuidor de sementes para plantadeiras e busca outros convênios com fabricantes de máquinas para oferecer equipamentos de agricultura de precisão.

"Gostaríamos de ser o Google da agricultura", diz Bezerra. Para a companhia, os agricultores carecem de informações e extraem muito pouco dos equipamentos que utilizam.
A AGCO, empresa de máquinas também americana, ainda não formalizou parcerias para o compartilhamento de dados, mas está em negociações. A empresa mantém associações com outras companhias em agricultura de precisão e combustíveis - e com a Bayer em um projeto de fazenda-modelo na África -, e pretende "intensificar esse trabalho conjunto com especialistas de outras áreas no desenvolvimento de máquinas", diz André Carioba, vice-presidente sênior e gerente-geral da AGCO para a América do Sul.


Fonte: Valor

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