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Canavieiros levam tratores às ruas durante protesto em Piracicaba, SP

Manifestação da categoria ocorreu na manhã de quinta-feira (24).
Cerca de 300 produtores, com 50 caminhões, participaram do ato.
Cerca de 300 produtores de cana-de-açúcar, políticos e representantes canavieiros participaram na manhã desta quinta-feira (24) de uma passeata em Piracicaba (SP) para chamar a atenção à pior crise na história do setor sucroalcooleiro, segundo a categoria. Eles levaram três tratores e cerca de 50 caminhões às ruas em busca de apoio para políticas públicas. O evento ocorreu simultaneamente em outras cidades produtoras do país.
O objetivo, segundo os produtores, é chamar a atenção do governo federal para os problemas atuais do setor sucroalcooleiro. O trajeto, definido pela Cooperativa dos Plantadores de Cana de Piracicaba e Região (Coplacana), teve início às 9h na Avenida Francisco Luiz Razera e seguiu pelas avenidas 31 de Março e Doutor Paulo de Moraes. O desfecho foi na antiga estação de trem do bairro Paulista.
Segundo o presidente da Coplacana, Arnaldo Bortoletto, Piracicaba não poderia ficar de fora dessas manifestações por ser um dos maiores polos sucroenergéticos do Brasil. Ele disse que os produtores de cana já tinham se reunido em 2 de agosto de 2013, na Coplacana, para dar início às manifestações. O evento na época reuniu cerca de 1 mil pessoas. Segundo Bortoletto, os canavieiros vão tentar marcar uma reunião com a presidente Dilma Rousseff (PT) e, caso não consigam, farão uma caravana até Brasília para protestar.
"O setor precisa urgentemente de um subsídio para a sobrevivência dos produtores de cana e de políticas públicas que tornem o setor viável, pois 80% são médios e pequenos produtores", afirmou Bortoletto. A situação, segundo ele, é preocupante. "Mais de 40 usinas de cana-de-açúcar do Brasil foram fechadas nos últimos anos", disse.
O produtor rural Gerson Chiste, de 46 anos, disse que trabalha com a produção da cana-de-açúcar há 20 anos e chega a pensar em desistir. "Esta crise é a pior do setor. Por isso precisamos lutar por melhorias. Pensei em desistir da produção rural porque estamos ficando no prejuízo, mas sempre dediquei a minha vida a cana e não sei o que fazer."
Reivindicações do setor
Entre as principais reivindicações do setor estão o aumento da mistura de álcool anidro de 25% para 27,5% na gasolina, aprovação do marco regulatório para que o setor tenha regras claras de curto e longo prazos; criação de uma frente parlamentar no âmbito do Congresso Nacional com foco no setor; conteúdo brasileiro para as indústrias que fornecerão equipamentos e máquinas para a produção do etanol de segunda geração e química verde com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); e estabilidade no emprego do setor e viabilização de projetos para manutenção, modernização e construção de novas usinas.


Fonte: G1