O preço médio das terras agrícolas brasileiras em 2013 subiu num ritmo mais acelerado do que nos últimos dez anos e ultrapassou de longe a inflação. Para uma alta de 14,9% no preço médio da terra registrado em 2013, a valorização real foi de 8,8%. Isto é, descontada a inflação de 5,52% apurada pelo IGP-DI (Índice Geral de Preços- Disponibilidade Interna da FGV).
Comparado às aplicações financeiras, o ganho com terras também foi polpudo e superou no ano passado o desempenho do ouro (-17,2%), das ações (-15,5%) e das aplicações em Certificado de Depósito Bancário - CDB (8,02%). Só o dólar ficou à frente da terra em 2013 e, mesmo assim, com uma pequena vantagem (0,3 ponto porcentual).
Quando se avalia o desempenho médio das terras em dez anos até 2012 e em 2013, constata-se que houve no ano passado uma aceleração no ritmo de alta dos preços. Entre 2002 e 2012, os preços tinham subido 12,6%, em média, por ano, aponta a pesquisa da consultoria Informa Economics /FNP. Mas só no ano passado, a valorização foi de 14,9%. Bimensalmente a consultoria coleta preços de terras com corretores e engenheiros agrônomos em 133 regiões do País. As cotações se referem a preços pedidos ou negócios fechados para o mesmo tipo de terra avaliada.
A consultoria destaca que a aceleração no ritmo de elevação de preços ocorreu no ano passado apesar do arrefecimento na alta das cotações das principais commodities agrícolas produzidas pelo País. "Tínhamos dúvidas se o ritmo de valorização da terra iria se manter. Mas, em 2013, a alta foi ainda maior do que a média de anos anteriores", afirma o diretor da consultoria e responsável pela pesquisa, José Vicente Ferraz.
A médio e longo prazo, ele acredita que os preços das terras agrícolas brasileiras vão continuar subindo acima da inflação, porém num ritmo menor do que dos últimos anos. "Isso não quer dizer que o preço vá cair: vai aumentar mais devagar, porém acima da inflação."
Ferraz justifica a previsão de que o ritmo de alta será menor nos próximos anos usando o argumento de que não é possível manter uma taxa de valorização tão forte por muito tempo, caso contrário os preços se tornam tão elevados que não existiriam lavouras com retorno compatível com o valor da terra.
Comida
No entanto, Ferraz ressalta que a valorização da terra deve continuar superando a inflação. Um fator que sustenta esse prognóstico é que a oferta de terras com potencial agrícola é limitada. O outro fator é a demanda crescente por alimentos, especialmente por proteínas da parte da Ásia e da África. "Projeções de organismos internacionais indicam dificuldades para atender à demanda crescente por alimentos. Preços mais altos de alimentos elevam as margens de lucro dos agricultores e a terra, que é um fator de produção, terá o seu preço elevado também", diz Ferraz. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: Agência Estado
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