A decisão da Índia anunciada na quarta-feira (12/02) de destinar a partir de 31 de março de 2014, 3,333 rúpias (US$53,52) por tonelada como subsídio para a produção de açúcar bruto, além de contrariar compromissos daquele país perante a Organização Mundial do Comércio (OMC), é a forma mais prejudicial de apoio à indústria. A avaliação é do diretor Executivo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Eduardo Leão de Sousa.
Para o executivo, ao subsidiar as exportações do açúcar, os indianos poderão distorcer ainda mais os preços da commodity no mercado internacional, já altamente sensível devido aos elevados volumes de estoques, que já provocaram queda de mais de 50% nas cotações do açúcar nos últimos dois anos.
“Esta política tem por objetivo viabilizar a exportação de excedentes de açúcar na Índia, o que não aconteceria sem o subsídio anunciado. Estas exportações, em um mercado com o maior nível de estoques mundiais dos últimos anos, podem reduzir ainda mais os preços, prejudicando não somente a indústria dos países produtores e exportadores, como também os produtores rurais, que tem sua remuneração vinculada à da indústria,” frisou Sousa.
A Aliança das Indústrias de Açúcar da Austrália (Australian Sugar Industry Alliance – ASA, em inglês), entidade que representa os produtores australianos, partilha das preocupações da UNICA. De acordo com o presidente da associação, John Pratt, os valores mundiais já estão baixos e, com isso, mesmo com o benefício do governo, os produtores indianos não serão favorecidos.
“A importância financeira que receberão para a exportação simplesmente compensará o benefício do subsídio de transporte, o que deve resultar em um jogo de soma zero, sem ganhadores. Mas perdedores existirão: o governo indiano, seus contribuintes e os países exportadores,” afirmou.
A ASA, os produtores brasileiros e os demais exportadores de açúcar bruto do mundo, pedem que os indianos considerem as consequências econômicas reais que os subsídios podem trazer ao mercado global, e que respeitem as obrigações internacionais assumidas pelo país junto à OMC.
Fonte: UNICA
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