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Mudas pré-brotadas prometem revolucionar o plantio de cana-de-açúcar

Por Clivonei Roberto

Em fevereiro, principais players do mercado realizam eventos importantes sobre o sistema.

Uma área em que a cultura da cana-de-açúcar tem muito a evoluir é o plantio, mas não apenas do ponto de vista da mecanização. É que um novo conceito que promete revolucionar a atividade canavieira está ganhando força: o plantio de cana não mais com toletes, como se faz no Brasil desde que a planta chegou por aqui em 1532, mas sim através de mudas pré-brotadas.

O IAC (Instituto Agronômico da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo) foi o primeiro a apresentar o sistema ao mercado, que consiste numa mudança de paradigma, ou seja, a possibilidade de formar viveiros de multiplicação através de uma planta e não mais através do tradicional colmo-semente.

Em meados de 2013, a Basf e o CTC apresentaram ao mercado o AgMusa, uma tecnologia que tem como objetivo a produção de mudas sadias com qualidade superior e difusão de técnicas para a implantação de viveiros com alto potencial produtivo. Os viveiros são áreas próprias para a multiplicação de mudas para a formação do canavial. É o espaço utilizado para multiplicar as opções varietais disponíveis para o cultivo, de forma que a usina possa sustentar suas necessidades futuras de plantio e produção.

A Syngenta também lançou, dentro da plataforma Plene, duas tecnologias voltadas à produção de muda de cana de alta qualidade: o Plene Evolve e o Plene PB (Pré-brotadas). Para a companhia, são tecnologias que vão contribuir para o incremento de produtividade que o setor precisa.

Já a Bayer é outra grande companhia que está de olho no potencial do mercado das mudas pré-brotadas. Embora ainda não possa oferecer detalhes sobre o projeto, Paulo Donadoni, gerente de Cultura Cana da Bayer CropScience, destaca que a empresa está trabalhando em uma nova tecnologia de plantio de cana, enxergando ser um mercado promissor e com alto nível de tecnologia embutida a ser oferecida aos produtores. “Deverá ser um mercado que se consolidará em breve.” Segundo ele, a Bayer tem parceiros envolvidos nas áreas de produção de mudas e mecanização no desenvolvimento desse projeto, “mas não podemos oferecer mais detalhes neste momento e não temos uma data prevista para o lançamento.”

MPB em Evidência

Os players que já estão trabalhando em campo com as mudas pré-brotadas realizam ao longo de fevereiro eventos envolvendo produtores de cana e técnicos de usinas. O primeiro deles é promovido pela Basf no dia 12, na fazenda de Ismael Perina (ex-presidente da Orplana), em Monte Alto, SP, onde as mudas sadias do AgMusa são utilizadas no sistema de Meiose. “No evento, estaremos propondo e divulgando em conjunto com o Ismael Perina, o uso do conjunto do sistema AgMusa em meiose com amendoim, bem como os benefícios que o conjunto dessas duas culturas pode trazer para o agricultor”, relata Cassio Teixeira, gerente de Marketing AgMusa da Basf. “A sinergia das duas culturas na mesma área traz benefícios econômicos e fitossanitários bastante interessantes e relevantes para o momento que a indústria canavieira enfrenta no país, e vão além da proteção de cultivos tradicional.”

O IAC promove nos dias 18 e 19 de fevereiro, na sede do Centro Cana da instituição, em Ribeirão Preto, o 3º Curso Teórico e Prático de Formação de Mudas Pré-Brotadas (MPB). O Curso tem por objetivo levar capacitação técnica a produtores de cana e aos profissionais do setor sucroenergético, além das áreas de pesquisa, ensino e extensão, cooperativas, associações e estudantes.

Já no dia 20 de fevereiro, a Syngenta apresenta em sua biofábrica, em Itápolis, SP, detalhes sobre o Plene Evolve e o Plene PB. O Evolve é uma muda que pode ser mecanicamente transplantada e que, por meio de genética de alta qualidade, acelera a renovação da variedade. Plene Evolve pode ser diretamente multiplicada pelo cliente. O Plene PB é uma alternativa pré-germinada (ou pré-brotada) produzida em viveiros pré-primários da Syngenta, decorrente do próprio Plene Evolve. O processo de plantio com essa tecnologia é simples e permite a cobertura de áreas maiores.



Fonte: Universo Agro