Uma das maiores indústrias de base do Brasil com foco em equipamentos para usinas de açúcar e etanol, a Dedini, com sede em Piracicaba (SP), foi do céu ao inferno após a crise ter afetado o setor sucroalcooleiro.
No auge da expansão do setor, a companhia chegou a ter uma carteira de pedidos próxima de R$ 3 bilhões para a entrega de unidades “chave-na-mão” (construção completa). Atualmente, sua carteira está bem mais magra: R$ 200 milhões.
Sérgio Leme, presidente do grupo, lembra com um certo saudosismo o período de ouro do setor, quando os projetos “greenfield” (construção do zero) se espalharam no país, avançando além das fronteiras de São Paulo, onde o plantio da cana estava mais concentrado.
Segundo ele, a empresa teve de diversificar os negócios para se manter em operação. A companhhia se preparou nos últimos anos para atender às indústrias de bebidas e mineração.
“Temos zero pedido para construir nova usina. As últimas unidades entregues foram para a Brenco (controlada pela ETH Agroindustrial)), entre 2010 e 2011. De lá para cá não houve novos pedidos”, afirmou o executivo.
No ano passado, a companhia encerrou com faturamento de R$ 500 milhões – um quarto do faturado, quando ainda estava no auge, em 2008, com receita de R$ 2 bilhões. “Temos feito manutenção dos equipamentos já em operação e vendemos produtos isolados”.
No início deste mês, os metalúrgicos da companhia em Piracicaba chegaram a parar um dia por causa de atraso de salário. A empresa teve de parcelar o salário pago no início de janeiro, por conta de despesas com o pagamento do 13º. A companhia informou que a situação já está normalizada.
A crise do setor não acertou em cheio apenas a Dedini. Outras indústrias de base instaladas em Sertãozinho (SP) vivem a mesma agonia, segundo fontes do setor. Mesmo sem horizonte para uma recuperação no curto prazo para o setor, Leme se mantém otimista. “Teremos uma retojmada do etanol nos próximos dois ou três anos”.
Mas, segundo o presidente da Dedini, a expectativa de voltar a registrar um faturamento de R$ 2 bilhões, como no passado, ainda é uma expectativa de longo prazo, entre 5 a 8 anos. “O setor tem de voltar a se recuperar”
Fonte: O Estado de S. Paulo
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