Deprecated: mysql_connect(): The mysql extension is deprecated and will be removed in the future: use mysqli or PDO instead in /home/assovale/www/adm/include/conexao.php on line 29
Terras: Área de cana se valorizou menos no ano | Assovale - Associação Rural Vale do Rio Pardo

Terras: Área de cana se valorizou menos no ano

O Oeste da Bahia e as áreas de cana-de-açúcar de São Paulo ficaram entre as regiões agrícolas com um dos menores níveis de valorização da terra em 2013 na comparação com 2012. Os preços do açúcar em baixa e a crise do setor sucroalcooleiro contribuíram para que o hectare com cana-de-açúcar (de alta produtividade) em Piracicaba subisse 2%, para R$ 42 mil entre janeiro e outubro de 2013, dado mais recente disponibilizado pela Informa Economics FNP. Em 2012, o percentual de valorização na comparação com 2011 foi de 11%.

O Oeste da Bahia, há duas safras com problemas climáticos, também registrou alta aquém da vista em anos anteriores. No acumulado de 2013, o hectare nessa região (com 1.500 mm anuais de chuvas) valia R$ 15,5 mil, 11% de valorização em relação ao ano anterior. Em 2012, os preços médios da terra nessa localidade haviam subido 27% na comparação com 2011, segundo a Informa Economics FNP.
Nas regiões agrícolas tradicionais de Mato Grosso, como Sinop, Nova Mutum, Lucas do Rio Verde e Sorriso, a terra também se valorizou menos, mas ainda a taxas elevadas. Entre janeiro e outubro de 2013, o hectare nessa região atingiu R$ 16,5 mil, 27% acima do registrado no ano anterior. Em 2012, a valorização da terra nessas localidades havia sido de 30% em relação a 2011.

Em outras regiões, como no Piauí, a guinada dos preços também não foi tão intensa em 2013, como nos anos anteriores. O diretor técnico da Informa Economics FNP, José Vicente Ferraz, acredita que a questão logística, ainda deficitária nessas localidades, limita novas altas. Na região de Uruçuí, o hectare de alta produtividade, valorizou-se 24% no acumulado de 2013 em relação ao ano anterior. Em 2012, esse percentual havia sido de 46% na comparação com 2011, quando o hectare valia R$ 5,2 mil.
Na média do país, o preço do hectare subiu 16% entre janeiro e outubro de 2013. Nos 12 meses de 2012, os preços médios aumentaram 20% na comparação com o ano anterior.
Negócios perdem vigor no país
O ano de 2013 foi um período difícil para quem teve que comprar ou vender terras no Brasil, país visto como um dos que têm as melhores oportunidades de investimento nessa área. As restrições à compra desses ativos por estrangeiros, os preços de fazendas em patamares elevados e o próprio desaquecimento da economia global tiraram no ano passado o vigor desse mercado. Nesse quadro, os preços do hectare subiram, porém, a taxas mais modestas.
Essa acomodação no segmento vem sendo observada desde 2012 nos chamados negócios "empresariais", que envolvem áreas maiores, em regiões com agricultura em desenvolvimento, explica o diretor técnico da Informa Economics FNP, José Vicente Ferraz. Mas o mercado de áreas menores, de negócios realizados por produtores rurais independentes, continua movimentado, diz ele, principalmente em regiões onde a ocupação agrícola é mais consolidada.
Como reflexo do menor volume de negócios, a alta nos preços das terras no Brasil arrefeceu em 2013 em algumas regiões, como no Oeste da Bahia e nas regiões canavieiras de São Paulo (ver texto ao lado). Para Ferraz, este deve ser mais um ano de poucos negócios no segmento empresarial.

No ano que passou, pelo menos três empresas que detêm e operam terras agrícolas no país foram, sem sucesso, à mesa de negociações para venda parcial ou total de seus ativos. Do lado vendedor, as demandas também encalharam. Companhias com recursos captados para investir colocaram o pé no freio, diante da baixa oferta de oportunidades que trouxessem o retorno esperado.

Roberto Barreto Martins, presidente da Agrinvest Brasil, que opera uma área de 100 mil hectares, dos quais 16 mil próprios, no país avalia que "os preços elevados demais" por si só travaram os negócios. "Em Mato Grosso, as áreas agrícolas mais tradicionais subiram de preço a ponto de limitar o nível de retorno do investidor que pretende entrar nesse mercado a níveis inferiores a 2% ao ano", diz.
A Agrinvest Brasil foi uma das grandes empresas desse segmento que decidiram colocar à venda, não as terras, mas uma participação acionária na companhia. Contratou o Pátria Investimentos para assessorá-la com objetivo de levantar recursos para expandir o cultivo, atualmente (2013/14) em 85 mil hectares em Mato Grosso e no Maranhão. "Recursos para custeio temos em abundância. Mas esse tipo de investimento (abertura de novas áreas) demanda capital de longo prazo, pouco disponível no Brasil", afirma.

Martins considera que o maior entrave para fechar negócio foi o preço oferecido pelos interessados. "Nossas possibilidades se estreitaram diante das restrições de compra de terras por estrangeiros. É esse tipo de investidor que enxergaria o valor de uma empresa como a nossa, com governança", argumenta o executivo. Ele reitera que a participação ainda está à venda, mas que a empresa não tem pressa. " Estamos perdendo oportunidades de crescer. Mas não há urgência", garante.
O ritmo de negócios intermediados pela NAI Commercial Properties, empresa americana que opera no ramo imobiliário no Brasil, recuou 30% em 2013. O presidente da NAI no país, Aloisio Barinotti, lembra que em 2012 a NAI havia intermediado 40 negócios de compra e venda de terras com tamanho entre 5 mil e 10 mil hectares. Em 2013, foram 28 operações.

Para ele, os vendedores embutiram no preço pedido não apenas o valor da terra, mas também a expectativa de ganho com o ativo. "Uma fazenda pode até ter o potencial de alcançar um determinado preço. Mas para isso, teria que haver correção de solo ou abertura de outras áreas dentro da propriedade, entre outras melhorias. Muitas vezes, os que querem vender, buscam capturar esse preço potencial, mas o mercado não aceita, e não compra", explica Barinotti.

A Sollus Capital, empresa de investimentos da americana Touradji Capital e da brasileira Vinci Partners, também tentou negociar seu portfólio, formado por fazendas que somam 30 mil hectares - dos quais, aproximadamente 16 mil cultiváveis em fazendas no Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia.
O Valor apurou que a empresa conseguiu no ano passado apenas vender uma fazenda de pequeno porte no Maranhão a um valor compatível com o retorno esperado pelos acionistas. As outras áreas, no entanto, seguem sendo negociadas. Procurada, a Sollus não comentou.

A maior parte das áreas da Sollus é arrendada pela Ceagro, uma operadora agrícola cujo controle foi adquirido pela japonesa Mitsubishi no ano passado. No mercado, alguns rumores indicavam que a japonesa poderia adquirir as áreas da Sollus. Mas segundo fontes, a Mitsubishi não estaria avaliando o ativo devido às restrições existentes no Brasil para a compra de terras por estrangeiros.
A holandesa Kobra Agrícola também colocou à venda seus cerca de 15 mil hectares, distribuídos em fazendas no cerrado baiano, principalmente. A empresa ainda não conseguiu comercializar as propriedades, pois pediu um valor muito alto pelos ativos, disseram fontes do setor. Procurada, a Kobra não retornou à solicitação de entrevista.

Para quem estava do lado comprador, a maré também não foi favorável em 2013. A Land Co, braço de terras da produtora de grãos e fibras SLC Agrícola, captou US$ 238 milhões em 2012 com o fundo inglês Valiance para investir na compra de fazendas no Brasil. Com os preços da soja nas alturas naquele ano, a empresa não encontrou muitas oportunidades. Em 2013, comprou só uma fazenda, de 10 mil hectares - no Maranhão, por R$ 37,5 milhões.

De acordo com o presidente da SLC Agrícola, Aurélio Pavinato, a dificuldade para adquirir terras em 2013 foi reflexo das cotações ainda firmes da soja, usadas como referência para os preços das terras. "Mas não temos pressa. A SLC Agrícola já tem um grande banco de terras ainda para ser aberto", afirma.


Fonte: Valor

Rua Caraguatatuba, 4.000 Bloco 2 / CEP 14078-548 / JD Joquei Clube / Ribeirão Preto / SP

16 3626-0029 / 98185-4639 / contato@assovale.com.br

Criação de sites GS3