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Boa Esperança vai ganhar usina que transforma lixo em energia elétrica

Boa Esperança (MG) vai ganhar a primeira usina térmica do país, que transforma lixo em energia elétrica. O projeto será custeado por Furnas Centrais Elétricas. A inovação vai produzir energia suficiente para atender toda a prefeitura da cidade. Além da economia, o município cria condições de dar fim a um grande problema: o lixão.

Com a criação da usina, a previsão é de que o lixão acabe em até três anos, já que os resíduos produzidos no município serão usados pela usina. Eles serão despejados em um depósito e levados para a trituração. Em seguida, passam por um separador magnético que retira produtos de metal e outros que não serão usados no processo. O lixo é então triturado mais uma vez e depois cozido em alta temperatura. O resultado é a produção do gás de síntese, usado para mover os motores que vão gerar energia elétrica. O sistema foi importado da Itália.

A unidade terá capacidade para produzir 24 megawatts diariamente, passando de 8 mil por ano, o que seria suficiente para abastecer quatro mil casas durante 12 meses. Por dia, a usina vai processar 47 toneladas de lixo, 12 a mais do que é produzido pelo município. Segundo o responsável pelo projeto, Fernando Melo, o impacto ao meio ambiente será praticamente nulo.

"Noventa por cento do lixo que entrar dentro do processo vai ser convertido em gás e somente 10% vai ser um resíduo, uma cinza, que vai ser utilizado depois para recuperar solos", explica o engenheiro.

Ainda conforme Melo, o gás usado na produção de energia receberá tratamento e as poeiras sólidas serão retiradas. Segundo ele, não haverá a necessidade de grandes quantidades de água no sistema, já que o que será aproveitado é a umidade do próprio lixo.

A energia produzida será distribuída na rede que atende os prédios públicos municipais, como o da prefeitura. Ela também vai gerar uma economia de R$ 200 mil por mês, o que também poderá reduzir a conta de luz dos moradores. O custo do projeto será em torno de R$ 21 milhões. A iniciativa é resultado de uma determinação que exige de empresas geradores de energia aplicar parte da receita em programas de pesquisa e desenvolvimento.

A previsão é de que a usina comece a operar no segundo semestre deste ano. Os produtos de metal, como latinhas de cerveja e refrigerante, que não serão usados na produção de energia, podem ser encaminhados para catadores de materiais recicláveis.


Fonte: Portal G1