Empreendimentos que usam radiação do sol participam de pregão que comprará geração de fontes renováveis
Por Erik Farina
Projetos para transformar a energia solar em eletricidade participam pela primeira vez de um leilão de geração no Brasil. Incipiente no país, a geração fotovoltaica ainda é cara e dificilmente se encaixará no preço estabelecido pelo governo, mas prepara terreno para ganhar relevância nos próximos leilões.
Trinta e uma centrais de geração fotovoltaica, que totalizam capacidade de 813 megawatts (MW), se habilitaram para disputar no leilão de hoje contratos de geração a partir de 2016. Estão previstas para Estados do Nordeste — onde há bom potencial, principalmente na região do agreste — e em Minas Gerais. Não há projetos no Rio Grande do Sul.
Segundo especialistas e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), os projetos ainda não têm tecnologia para concorrer com outras matrizes renováveis, com custos inferiores e maior poder de geração. Portanto, as chances de vencer são pequenas.
Conforme a Agência Internacional de Energia, o custo da energia solar é de US$ 130 (cerca de
R$ 300) o megawatt hora (MWh), mais do que o dobro do preço-teto estabelecido no leilão (R$ 126). A estreia na disputa, no entanto, representa os primeiros passos na busca de espaço.
— Há seis anos, a energia eólica não conseguia competir com fontes tradicionais. Mas sua inclusão sinalizou que o governo estava interessado nessa fonte — compara o especialista em energia Mikio Kawai Júnior, diretor-executivo do Grupo Safira.
Os ventos suprem hoje 1,7% das necessidades energéticas do país. O prazo para que a energia solar alcance a eólica em competitividade no Brasil deve ser de cinco anos, projeta o especialista.
— Ao final da década, a energia solar poderá atender 1% da demanda brasileira se houver incentivo ao desenvolvimento desse setor — analisa Ricardo Baitelo, responsável pela campanha de clima e energia do Greenpeace Brasil.
Em 2050, Baitelo projeta que 15% da demanda será atendida pelo sol. No mundo, a fonte solar já responde por 26% da energia renovável instalada.
— Se o país conseguir reduzir o preço de geração em projetos de grande porte, terá uma fonte limpa e abundante — afirma Baitelo.
Fonte: Zero Hora
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