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Cenário de incerteza para o mercado global de etano | Assovale - Associação Rural Vale do Rio Pardo

Cenário de incerteza para o mercado global de etano

Se a existência de mais um superávit global de açúcar para a safra 2013/14 já é dada como certa, o cenário no mercado de etanol no mundo ainda é um poço de incertezas. A sinalização de redução de metas de uso de biocombustíveis na Europa e nos Estados Unidos tornam as exportações brasileiras para 2014 uma incógnita. Também assombra a abertura de uma “janela” para importação de etanol americano, agora mais barato, dada a grande safra de milho aquele país.

Em fevereiro, a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) deve divulgar sua posição sobre os mandatos de biocombustíveis para 2014, mas a sinalização até agora é de redução. O impacto para o Brasil seria uma perda de mercado de 1 bilhão de litros, estima o setor.

Aposta de tradings na cana está diminuindo.

As principais tradings mundiais não estão satisfeitas com os negócios de açúcar e álcool no país. A Bunge, por exemplo, diz que o “status quo” não pode continuar e a intenção da empresa é buscar novas alternativas, o que foi entendido pelo mercado como até uma saída do setor.

Acostumadas a comprar matérias-primas no país e a coloca-las no mercado externo com uma margem segura nas negociações, essas tradings encontraram barreiras a que não estavam acostumadas quando tiveram que entrar porteira adentro e cuidar também da produção, como é o caso da cana-de açúcar. Além de entraves operacionais na produção, as tradings estão vivendo nos últimos anos os problemas internos e externos de toda a cadeia sucroenergética.

Externamente, o namoro do etanol commodity com o mercado não virou “noivado”, e a demanda mundial continua restrita ao Brasil e aos EUA. O açúcar, com superávit mundial, já não garante mais a renda do setor.

As tradings, que têm uma cobrança das matrizes externas por lucros e margens, perceberam que os riscos agricultura (clima e queda de produtividade) e governamental (interferência no mercado e controle de preços) tornam esse setor pouco atrativo. Perceberam que produzir – assumindo riscos – é diferente de comprar e agregar margens.


Fonte: Consultoria MGO

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