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Petrobras descarta reajuste na gasolina para pagar bônus

A Petrobras não precisa de reajuste no preço dos combustíveis nem de um aporte do Tesouro Nacional para pagar os R$ 6 bilhões necessários para a assinatura do contrato de exploração do campo de Libra, disse a presidente da companhia, Graça Foster. Até então, ela tinha falado pouco sobre a capacidade de a empresa desembolsar sua parte.

O leilão de Libra, realizado na segunda-feira, teve como vencedor o consórcio formado por Petrobras, Shell, Total, China National Offshore Oil Corporation (CNOOC) e China National Petroleum Corporation (CNPC). De um total de R$ 15 bilhões que devem ser pagos como bônus de assinatura, a estatal brasileira é responsável por R$ 6 bilhões.

Ontem, Graça se reuniu por cerca de três horas com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que é presidente do conselho de administração da Petrobras. Ao sair do encontro, na sede do ministério, em Brasília, ela foi incisiva ao dizer que "não tem data" para o aumento no preço dos combustíveis.

"O único assunto que discutimos foi nada mais e nada menos que Libra. Temos alguns planos de desenvolvimento. Há uma série de atividades que nós queremos antecipar para que a gente possa produzir esse óleo da forma mais otimizada possível, no menor espaço de tempo, ao menor custo", declarou a presidente da Petrobras.

Mesmo agora com o resultado do leilão de Libra, Graça descartou a revisão do plano de negócios da empresa ainda em 2013. "Nos primeiros dois, três anos, os investimentos de Libra não são expressivos", frisou. Além disso, a produção de petróleo vai começar a aumentar no quarto trimestre e dessa forma, segundo ela, a companhia "precisa buscar menos recursos no mercado".

Questionada se a Petrobras irá precisar de recursos do Tesouro Nacional para realizar investimentos em 2014, ela respondeu que não pode "falar sobre o ano que vem porque o plano não foi lançado ainda".

Uma nova reunião do conselho de administração da estatal está marcada para amanhã. Ainda não está decidido em que cidade ocorrerá o encontro. No mesmo dia, após o fechamento do mercado, será divulgado o balanço do terceiro trimestre da empresa. Assim, Graça evitou dar informações sensíveis, se esquivando por diversas vezes da pergunta sobre quando e de quanto será reajuste dos combustíveis. "Nós não tratamos desse assunto. Tratamos dos investimentos de Libra. Saímos de um leilão e precisávamos conversar com o presidente do conselho", afirmou.

Assim como já feito pelos ministros Mantega (Fazenda) e Edson Lobão (Minas e Energia), a presidente da estatal fez questão de tranquilizar o mercado em relação à capacidade de a empresa pagar o bônus de assinatura. "O caixa da Petrobras está muito bem", afirmou mais de uma vez durante a conversa com jornalistas na saída do prédio.

"A Petrobras tem caixa para pagar os R$ 6 bilhões sem o reajuste [do preço dos combustíveis] e sem precisar [de aporte] do Tesouro", esclareceu Graça. Comentando o resultado do leilão do campo de Libra, ela disse que a estatal é uma companhia forte e "empresa forte atrai empresas fortes". A data da assinatura do contrato ainda não foi marcada e está prevista para novembro.


Fonte: Valor Econômico