Os acertos domésticos para a área de combustível já não funcionam e o jogo do governo de comprometer as empresas do setor para segurar a inflação chegou ao limite.
Os estragos mais visíveis ficam para a Petrobras, mas a política de segurar preços para não comprometer a inflação afeta todas as empresas desse setor, principalmente as de energia renovável.
Os dados mais recentes da Secretaria de Comércio Exterior indicam que o saldo negativo da Petrobras subiu para US$ 19,6 bilhões de janeiro a setembro deste ano.
As exportações da empresa e da Petrobras Distribuidora somaram US$ 10,4 bilhões, 42% menos do que a média do mesmo período dos três anos anteriores.
Já as importações avançaram para US$ 30 bilhões até o mês passado, 53% mais do que a média dos três anos imediatamente anteriores.
A situação só não é pior porque a produção de etanol melhorou neste ano. O aumento da mistura do anidro de 20% para 25% e a aceleração no consumo de álcool hidratado vão reduzir as importações de gasolina.
Esse efeito começa a aparecer nos últimos dados de importação, pois a compra externa do derivado de petróleo se aproxima do zero.
Isso porque a venda de etanol soma 13,3 bilhões de litros nesta safra (abril a setembro), 23% mais do que em igual período anterior.
A alta no preço da gasolina aventada pelo governo para as próximas semanas não deveria ser uma ação isolada, mas o início de uma programação trimestral de ajustes.
A produção de etanol depende de clima e de um mercado com regras. O primeiro o governo não pode evitar, mas o segundo, sim, dando um marco ao setor.
O uso de etanol na matriz de combustível é interessante não apenas para garantir o desenvolvimento desse setor, mas também para diminuir o deficit da Petrobras.
Sem capacidade de elevar o refino a curto prazo, a empresa está se beneficiando do aumento da mistura de 25% de anidro não apenas na redução da demanda de gasolina, mas também no aumento do volume processado.
O maior percentual de anidro permite que a empresa eleve a produção de gasolina com menor qualidade, uma vez que o anidro corrige o produto final
Fonte: Folha de S. Paulo
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