A venda de combustíveis no Brasil pode crescer menos que o Produto Interno Bruto (PIB) a partir do próximo ano. A previsão é de Eduardo Luiz Correia, consultor sênior da Petrobras. Com isso, inverte-se a tendência que tem-se observado desde 2010. Para o especialista, essa inversão só não aconteceu este ano, devido à forte demanda por óleo combustível e óleo diesel de térmicas para a geração de energia elétrica, em um ano marcado por condições hidrológicas pouco favoráveis para a geração hídrica.
Correia calcula que a venda de combustíveis deve crescer um pouco acima de 3% este ano, frente ao ano passado, em um cenário de alta de 2,7% do PIB, com crescimento da gasolina próximo de zero. Em 2012, a alta da venda de derivados foi de 7,3%, em relação a 2011, e o PIB teve alta de 0,9%.
"[O crescimento dos combustíveis acima do PIB] não é uma condição de normalidade é uma condição eventual", disse Correia, que participou ontem de seminário organizado pelo Grupo de Economia de Energia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Dentre os efeitos citados por Correia para explicar o que levou o aumento da venda de combustíveis a ficar muito acima do crescimento do PIB, nos últimos anos, estão o crescimento da renda e do emprego, a maior oferta de crédito, o incentivo governamental para aumento da frota de veículos e também a crise sucroalcooleira, que reduziu a oferta de etanol.
Outro fator que deve contribuir com um menor crescimento das vendas de combustíveis é o aumento da produção do etanol. O setor sucroalcooleiro foi prejudicado nos últimos anos por questões climáticas, mas está se recuperando, ressaltou Correia.
"A própria frota tende a crescer a uma taxa mais baixa", acrescentou. Ele também ressaltou o impacto do comportamento da economia. "Se a economia não der sinais fortes de recuperação em 2014, a tendência é uma queda nas vendas dos veículos. Isso é inevitável", disse.
"Hoje a gente está com descolamento de variação da frota em relação ao PIB que não é sustentável no médio prazo", afirmou. Segundo o consultor da Petrobras, mesmo as políticas governamentais de incentivo à compra de automóveis, como redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), não serão suficientes para manter a demanda de veículos em alta
Fonte: Valor
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