Todos os anos, o Brasil desperdiça pelo menos 1 bilhão de toneladas de biomassa que poderiam ser transformadas em produtos para injetar dinheiro na economia. São resíduos agropecuários, florestais e agroindustriais com capacidade de serem matéria-prima para energia, biocombustíveis, materiais e produtos químicos, em indústrias que estão ganhando o nome de biorrefinarias.
Os desafios tecnológicos e o potencial econômico desse segmento estão sendo debatidos desde ontem (25) até hoje, em Brasília (DF), no II Simpósio Nacional de Biorrefinarias. O evento é promovido pela Embrapa Agroenergia, em parceria com Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) e a Sociedade de Engenharia Química e Biotecnologia da Alemanha (Dechema).
Coordenador do evento, o pesquisador da Embrapa Agroenergia Silvio Vaz Júnior explica que as biorrefinarias preconizam o aproveitamento integral da biomassa. Isso aumentaria a gama de produtos provenientes das cadeias produtivas e, consequentemente, o valor agregado a cada uma delas.
Além disso, o uso de matérias-primas renováveis contribuiria para a sustentabilidade da indústria química. As biorrefinarias têm sinergia com a química verde, por atenderem a princípios como a minimização de impactos no meio ambiente.
Nesse sentido, o estabelecimento delas é fundamental para cumprir uma das metas estabelecidas no Pacto Nacional da indústria Química: tornar o Brasil líder em química verde. Para tanto, "é preciso investir em inovação", ressalta o coordenador da Comissão de Tecnologia Abiquim, Paulo Coutinho.
De acordo com a União da Indústria da Cana-de-açúcar (Unica), só na última safra, os canaviais da região Centro-Sul geraram mais de 500 mil toneladas de biomassa. Cerca de 30% desse volume é constituído de bagaço. As usinas já trabalham no conceito de biorrefinarias e têm queimado esse resíduo para gerar energia elétrica.
No entanto, ele poderia ter outros fins, como a transformação em produtos químicos. Com o avanço das colheitas mecanizadas, outro material que sobra cada vez em maior quantidade nos canaviais é a palha - estima-se 150 milhões de toneladas por safra.
Fonte: Jornal Diário do Comércio
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