Tendência deflagrada nos últimos anos, a comercialização de máquinas agrícolas com maior potência no país continua a crescer a passos largos e a se destacar em um mercado que, como um todo, caminha para bater novos recordes em 2013. Com agricultores capitalizados e interessados em reduzir custos e ampliar a produtividade, o aumento das vendas de grandes máquinas supera, em alguns casos, 100%.
A valorização desse tipo de equipamento, que se torna um diferencial sobretudo em regiões onde é possível plantar mais de uma safra por ano, tornou-se mais flagrante nos últimos dois anos, observa Luiz Feijó, diretor comercial da marca New Holland, do grupo CNH, para o Brasil. Além da demanda, pesou para esse avanço o início da "nacionalização" dessas máquinas, antes importadas principalmente dos Estados Unidos e da Europa e agora já mais adaptadas ao mercado brasileiro.
Exemplo disso é a própria CNH, que começou a produzir em 2012, na unidade de Curitiba (PR), tratores New Holland de 200 até 340 cavalos de potência. "Colheitadeiras [maiores]
são o próximo passo", diz Feijó. Mas o diretor afirma que o início da fabricação no Brasil das maiores colheitadeiras da marca - classes 8 e 9 (com potências acima de 300 cavalos) - dependerá da evolução do mercado nacional.
Uma colheitadeira de classe 9, com 530 cavalos de potência e 45 pés (16 metros) de plataforma - que mede a capacidade de colheita da máquina -, chega a custar R$ 1,5 milhão. Conforme Feijó, a classe 9 de 45 pés, fabricada pela CNH na Bélgica, é a maior máquina agrícola existente atualmente.
Outro fator de estímulo às vendas de grandes máquinas no Brasil, além da redução de custos, dos ganhos de produtividade e da nacionalização, são as condições mais favoráveis das linhas de financiamento do BNDES com juros menores que os praticados no mercado.
Esse conjunto de fatores, conta Mirco Romagnoli, vice-presidente para a América Latina da marca Case IH, também da CNH, levou um de seus clientes no Brasil a trocar recentemente 60 colheitadeiras convencionais por 15 da classe 8 (acima de 300 cavalos), com evidentes ganhos operacionais.
Conforme Romagnoli, o mercado nacional de tratores acima de 200 cavalos cresceu 50% este ano, enquanto as vendas da Case aumentaram 120%. Já a comercialização de colheitadeiras das classes 7, 8 e 9 aumentou 38% em geral, e 58% no caso da marca. Romagnoli estima que o mercado nacional dos equipamentos maiores crescerá entre 30% e 40% em 2014.
Milton Rego, vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que representa as grandes multinacionais do setor no país, afirma que as máquinas mais potentes "vieram para ficar". Mesmo que a área cultivada não cresça, observa, há mudanças em curso no uso da terra, com pastagens sendo convertidas à agricultura. O próprio aumento dos preços das terras e as restrições ambientais também exigem um "capital mais intensivo", que requer mecanização.
Apesar dessa tendência ser mais recente no Brasil, a vizinha Argentina, por exemplo, já passou por mudança semelhante há uma década, afirma o representante da Anfavea.
Outra empresa que tem aproveitado a onda brasileira é a multinacional americana AGCO, que prevê que a venda de tratores acima de 140 cavalos de potência no país de suas duas marcas (Valtra e Massey Ferguson) crescerá 50% este ano em relação a 2012, para cerca de 15 mil unidades. Em 2005, a comercialização desse tipo de equipamento era inferior a 5 mil unidades por ano, diz Alfredo Jobke, diretor de marketing da AGCO.
Jobke não revela números, mas diz que a companhia está investindo no Brasil para, no curto prazo, começar a produzir algumas dessas máquinas maiores no Brasil. Considerando todos os tipos de máquinas, a AGCO estima que suas vendas no país crescerão entre 15% e 20% neste ano
Fonte: Valor
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