As empresas que produzem equipamentos para usinas de cana-de-açúcar esperam movimentar entre agosto e o fim da próxima entressafra, em março de 2014, em torno de R$ 2,2 bilhões em encomendas de equipamentos e contratação de serviços relacionados à cadeia sucroalcooleira. O número é 10% maior que os R$ 2 bilhões registrados no mesmo período do ano passado.
Segundo o gerente-executivo do Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético (Ceise), Sebastião Macedo, a movimentação tende a ocorrer a partir da realização da Fenasucro, feira de equipamentos organizada pela entidade e marcada para ocorrer entre 27 a 30 de agosto, em Sertãozinho (SP). "É no evento que as usinas decidem os investimentos que vão fazer na manutenção da indústria e também em máquinas usadas na área agrícola", explica Macedo.
O presidente do Ceise, o empresário Antônio Tonielo Filho, explica que o crescimento de 10% decorre da expectativa de que as usinas de cana vão precisar intensificar na entressafra de 2013/14 a manutenção de equipamentos. "Descapitalizadas, usinas deixaram de fazer todas as reformas necessárias na área industrial nos últimos anos. Agora, devem elevar investimentos na manutenção", afirma Tonielo Filho. A mecanização da colheita da cana, que traz mais impurezas para a indústria, também ampliou a deterioração do maquinário, elevando a necessidade de reformas, diz ele.
O desafio agora, diz Sebastião Macedo, será o de gerar capital de giro às indústrias de equipamentos para que elas possam aceitar os pedidos que devem ser fechados a partir de agosto. "Boa parte dessas empresas estão alavancadas e com as garantias já comprometidas com outros empréstimos. Não conseguem captar mais recursos", afirma. Por isso, explica ele, o Ceise pediu ao governo a criação de um fundo garantidor para servir de avalizador desses novos empréstimos de capital de giro. "Sem isso, vai ficar difícil ao setor negociar contratos de venda de equipamentos em condições razoáveis de mercado", afirma Macedo.
A estimativa do Ceise é de que as usinas invistam de 7% a 10% do faturamento anual em reforma e manutenção da indústria. Tonielo Filho esclarece que, por enquanto, não há expectativa de investimentos na construção de usinas novas. O momento é de busca de eficiência, segundo ele. "Mas o próximo passo terá de ser a ampliação industrial. A capacidade está próxima do limite", diz
Fonte: Valor
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