Mais diálogo e cooperação entre Brasil e União Européia, com definições sobre as barreiras técnicas e medição de emissões, deve ser o caminho para uma melhor compreensão do etanol de cana por parte das autoridades européias. Com esta observação, o diretor do Instituto de Energia do Joint Research Center da Comissão Europeia, Giovanni de Santi, respondeu ao questionamento da assessora Sênior da Presidência para Assuntos Internacionais da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Géraldine Kutas, sobre as razões que levaram a União Europeia (UE) a limitar o mandato do uso de biocombustíveis produzidos a partir de matérias primas alimentícias, de 10% para 5%. O debate ocorreu durante a “21ª Conferência Européia de Biomassa,” promovida no início de junho na capital dinamarquesa, Copenhague.
A representante da UNICA, que além de palestrante atuou junto com o representante do Joint Research Center da Comissão Européia, David Baxter, como co-presidente da sessão “Biomassa para biorrefinarias e diferentes setores industriais,” destacou em seu diálogo com De Santi que o combustível renovável brasileiro tem um risco baixo de gerar Efeitos Indiretos do Uso da Terra (Indirect Land Use Changes – ILUC) e reduz as emissões em mais de 50% inclusive quando o fator ILUC é contabilizado. De Santi frisou a necessidade de uma comunicação mais eficaz entre as nações. “A Comissão está aberta para uma cooperação mais reforçada com o Brasil,” explicou.
Em sua participação no evento, Kutas destacou também a geração de energia elétrica - a bioeletricidade - pelas usinas processadoras de cana no Brasil. “Existe nos canaviais energia suficiente para contribuir de forma significativa com a distribuição de energia elétrica no Brasil. Mas, apesar de todo o potencial que há, a bioeletricidade é pouco aproveitada nas demandas energéticas. Mesmo assim, o modelo auto-suficiente das indústrias sucroenérgicas, bem como o reaproveitamento da biomassa para a fabricação de energia, devem servir de exemplo para os demais países,” explicou a representante da UNICA.
Kutas lembrou ainda que o etanol de cana-de-açúcar, tido como o mais avançado do mundo, pode ser uma importante ferramenta para ajudar os europeus a cumprirem as metas sustentáveis estabelecidas pela Diretiva Européia para Promoção de Energias Renováveis (RED). “Somente o biocombustível brasileiro pode, de forma rápida, auxiliar na redução de 20% das emissões de gases causadores do efeito estufa (GEEs) pretendida pela Europa ate 2020. Sem o uso dele, dificilmente, a Europa conseguirá atingir o nível de mitigação desejado,” destacou.
Contando com um público de mais de 1.800 pessoas, de 60 nacionalidades diferentes, a Conferência reuniu renomados especialistas em energia, finanças e política para debaterem os mais recentes resultados científicos e industriais, assim como a evolução de medidas públicas no setor de biomassa e bioenergia do mundo. A participação de Kutas aconteceu graças à parceria entre a UNICA e a Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil)
Fonte: UNICA
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