Com safra recorde de diversos produtos e dificuldade constante de escoar a produção para portos e regiões do País distantes dos grandes centros, o agronegócio brasileiro sofre devido às deficiências na infraestrutura, transporte e armazenamento.
Devido à falta de rotas viáveis para embarcar a produção em portos nas regiões Norte e Nordeste do País, muitos produtores optam por enviar a carga para portos do Sul e Sudeste, milhares de quilômetros mais distantes de suas propriedades. Hoje, estima-se que dois terços da produção de grãos são colhidos no Norte do Mato Grosso, Bahia e Goiás. Dessa produção toda, apenas 14% são exportados pelos portos do Norte do País. O restante, 86%, saem pelo Sul e Sudeste.
Luiz Lourenço, diretor da ABAG (Associação Brasileira do Agronegócio) e presidente da Cocamar (Cooperativa Agroindustrial), aponta que questões como estas são hoje os principais problemas do agronegócio. Segundo ele, esta dificuldade logística se traduz em maiores custos aos produtores, que não conseguem escoar facilmente as cargas de produtos agropecuários. “No fim, o problema resulta em menos remuneração para quem produz”, afirmou.
Segundo levantamento feito da ANEC (Associação Brasileira de Exportadores de Cereais), os prejuízos que os produtores terão este ano com os entraves logísticos e estruturais para a exportação de soja e milho, considerando as perdas decorrentes das estradas esburacadas, falta de armazéns e burocracia nos portos, chegará a até US$ 4 bilhões.
Lourenço acredita que a conclusão em 4 ou 5 anos de vários investimentos na ampliação da infraestrutura e logística do País poderá atenuar o problema, no entanto, é preciso buscar soluções de curto prazo para os gargalos. “Uma solução de baixo investimento e que poderia melhorar um pouco o cenário seria fazer com que os portos trabalhassem 24 horas por dia, e que tivessem cobertura para que em dias de chuva as atividades não fossem afetadas”.
Outra saída possível é investigar meios de direcionar parte da produção para portos do Norte e Nordeste, considerando que a conclusão do trecho da rodovia BR-163 que liga Cuiabá (MT) a Santarém (PA) está próxima. De acordo com documento elaborado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), conclusão da rodovia facilitaria o escoamento de 3,5 milhões de toneladas de carga por mês, fluxo que atualmente segue para portos do Sul e do Sudeste. “A conclusão desta rodovia desafogaria um pouco, mas como o agronegócio está crescendo muito, é possível que não seja o suficiente”, comentou Lourenço.
Durante evento realizado em 07 de Junho, o presidente da ABAG, Luiz Carlos Corrêa Carvalho, também comentou sobre a questão, e acrescentou que há urgência na busca por soluções de curto prazo para estes entraves logísticos. “A situação é insustentável, pois afeta muito o agronegócio, segmento considerado o principal responsável pela geração de excedente de exportação no comércio exterior, sendo, portanto, o responsável pelo crescimento econômico do País”.
Fonte: Universo Agro
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