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CNH avança seus tanques sobre os tratores da Agrale

Um dos símbolos do processo de fortalecimento e diversificação da indústria brasileira nas décadas de 60 e 70 deverá trocar de nacionalidade. Ao menos no que depender do apetite da CNH, braço de máquinas agrícolas e equipamentos pesados do Grupo Fiat.

Os italianos partiram como um trator na direção da cinquentenária Agrale. Segundo a fonte do RR, a operação pode chegar aos US$ 500 milhões. A fabricante gaúcha não tem mais o elã dos seus melhores dias, quando era uma praga na lavoura de grandes multinacionais e brigava por preciosos pontos de market share. Embora, no ano passado, tenha atingido, pela primeira vez, a marca de R$ 1 bilhão em faturamento, sua fatia no segmento de máquinas agrícolas não passa dos 3%. É pouco. Mas, para a CNH, esse percentual vale muito mais do que pesa.

A Agrale pode servir de atalho para a liderança do setor. A aquisição seria o pedacinho de asfalto de que os italianos precisam para alcançar a participação de 26% e superar a norte-americana AGCO, ainda que no photochart.

Ressalte-se que o movimento teria ainda um caráter profilático. A empresa do Grupo Fiat tiraria de circulação um ativo cobiçado por outros grandes fabricantes, como a Caterpillar. Consultadas, CNH e Agrale negaram em coro a operação. O oposto é que seria estranho.

Além da ultrapassagem sobre a AGCO, a CNH enxerga alguns benefícios complementares na compra da Agrale. Os italianos, que já fabricam as linhas New Holland e Case, teriam mais uma marca tradicional do mercado brasileiro, bastante conhecida no setor agrícola, especialmente em cidades do interior.

Herdariam também três fábricas em Caxias do Sul (RS), que se somariam as suas quatro plantas no país. A interrogação ficaria por conta da unidade industrial da Agrale na Argentina. A CNH tem uma fábrica de tratores e colheitadeiras agrícolas tinindo de nova na cidade de Córdoba – a inauguração ocorreu há pouco mais de um mês.

Nas atuais condições do mercado argentino, difícil imaginar que o Grupo Fiat aceitaria manter as duas fábricas


Fonte: Relatório Reservado